O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, acusado de comandar bloqueios pelo país para dificultar o voto de eleitores no dia 30 de outubro, durante o segundo turno das eleições, foi exonerado da função.
A exoneração foi publicada na edição desta terça-feira (20), do Diário Oficial da União (DOU) e assinada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
Além de comandar os bloqueios, Vasques também é réu por improbidade administrativa por pedir votos para Jair Bolsonaro durante a corrida.
A PRF é apontada como uma das mais aparelhadas sob o governo Bolsonaro e sob a gestão Vasques, desde abril de 2021.
Ações com mortos
A instituição ganhou visibilidade na imprensa ao longo do último ano por protagonizar ações que antes eram exclusivas da Polícia Militar dos estados. Entre elas uma operação em Varginha, Minas Gerais, deixando 25 mortos; participação em outra ação na favela na Vila Cruzeiro, Zona Norte do Rio de Janeiro – o que foi questionado pelo MPF e referendado pela Justiça – deixando mais 23 mortos; assassinato de Genivaldo de Jesus Santos no porta-malas de uma viatura, asfixiado com gás lacrimogêneo, em Umbaúba, Sergipe.
MPF pediu afastamento
O Ministério Público Federal (MPF) pediu, na semana passada, o imediato afastamento cautelar de Silvinei Vasques por 90 dias.
“A vinculação constante de mensagens e falas em eventos oficiais, entrevista a meio de comunicação e rede social privada, mas aberta ao público em geral, tudo facilmente acessível na internet, sempre associando a própria pessoa do requerido à imagem da instituição PRF e concomitantemente à imagem do Chefe do Poder Executivo federal e candidato à reeleição para o mesmo cargo, denotam a intenção clara de promover, ainda que por subterfúgios ou mal disfarçadas sobreposição de imagens, verdadeira propaganda político-partidária e promoção pessoal de autoridade com fins eleitorais”, escreveu o Ministério Público. Revista Fórum com informações do Brasil 247.