Aconteceu no último sábado (17), na Praça do Rosário, centro histórico e turístico de Itaberaba, a 2ª Edição do Projeto Praça da Cultura. O evento, que já entrou para a agenda cultural da cidade e vai continuar no ano de 2023, é uma parceria entre o Coletivo Candeeiro das Artes e a Prefeitura de Itaberaba, através da Secretaria Municipal de Comunicação (Secom) e a Secretaria Municipal de Cultura (Secult).
Com objetivo de ocupar espaços públicos levando arte e entretenimento, ampliar o acesso à cultura e fortalecer o turismo da região, o projeto Praça da Cultura reuniu músicos, escritores, artistas plásticos, gastrônomas, empreendedores da economia criativa e solidária.
O evento gratuito teve início às 15h e prosseguiu até o final da noite com apresentações musicais, recitais de poesia, lançamento e exposição de livros, pintura em tela ao vivo, culinárias com cardápios diversificados, além de opções variadas de moda feminina e masculina e artesanato, tudo produzido por artistas e pequenos produtores das regiões do Piemonte do Paraguaçu e Chapada Diamantina.
O palco montado no anfiteatro da praça recebeu os cantores Bel Lima, Ramon Moraes, Jany, Manu Sodré, Beto Junior, além do percussionista Lucas de Gal, o DJ Jota Mix, as intervenções poéticas de Elton Magalhães e o coral Vozes do Sertão regida pelo músico João Carlos.
O prefeito de Itaberaba, Ricardo Mascarenhas mais uma vez marcou presença e garantiu que as próximas edições já podem entrar para o calendário de eventos culturais e que a prefeitura vai continuar dando todo suporte necessário para que o Projeto Praça da Cultura aconteça todos os meses nas praças e largos da cidade.
Literatura
Além de curtir música e poesia o público também aproveitou a oportunidade para conhecer os livros em exposição e trocar ideias com os escritores Felipe Rangel que esse ano lançou Pedregulho Prateados pela Editora Oxente, Adolfino Neto que expôs a obra Contato na Chapada Diamantina pela Editora Zarte e o poeta Roberto Andrade que fez a segunda participação na Praça da Cultura com o livro Sonhar é Preciso publicado pela Polo Printer.
Felipe Rangel, que também é historiador e artista plástico, falou sobre como nasceu seu novo livro: “O meu filho mais novo e o mais importante fala sobre a Itaberaba antiga, é baseado nas histórias que eu ouvia da minha mãe e da minha avó. Eu fui costurando essas histórias e o resultado foi Pedregulhos Prateados, meu primeiro romance, e, por isso, a obra mais ousada”, contou Felipe.
Adolfino Neto também falou sobre o seu livro, uma trama sobre contatos com extraterrestres na Chapada Diamantina: “Meu livro é uma aventura que se passa por rios, cachoeiras, lagos, cavernas, cânions e vales da Chapada Diamantina, por isso é muito lido por pessoas que vem passear na aqui na Chapada. O objetivo da minha presença na Praça da Cultura é expor o livro com intuito de divulgá-lo mais”.
Pinturas
Gilson Costa, um dos artistas que apresentou seu trabalho na Praça da Cultura, é professor de arte e faz pintura com dedo sobre azulejo e com pincel sobre tela. Gilson é de Serrinha, mas mora em Itaberaba desde 1994 e, morou na Europa por seis anos, fez exposição na França, Espanha, Itália, Portugal e Marrocos. Já teve ateliê no Pelourinho, em Salvador, e hoje vende suas obras em casa, na feira livre e em eventos culturais.
A pintora Leilane Félix também participou da segunda edição da Praça da Cultura e falou sobre sua inspiração artística: “Eu não tenho estilo definido, eu pinto a partir do que eu sinto e expresso meu pensamento através da arte, então depende muito do meu estado no momento”. Leilane faz arte com pincel em tela, tecido e papel. Trabalha com arte em casa desde 2019 e divulga nas redes sociais.
Gastronomia
Quem foi à Praça do Rosário no sábado pôde provar de uma variedade gastronômica feita por pequenos empreendedores com diferentes especialidades. É o caso de Daiane Queiroz, que é bacharela em gastronomia e faz curso técnico em Meio Ambiente no Ifbaiano. Daiane foi Chefe de cozinha no restaurante Velho Espanha em Salvador e trabalhou com os Chefs Alicio Charoth, na Feira da Sé e José Morchon na La Taperia e no Shanti, todos em Salvador.
Na Praça da Cultura, Daiane vende os seus famosos caldos e diz que nas próximas edições irá agregar outras especialidades como quiches, bolos funcionais e introdução das PANCs em algumas receitas. Tudo é preparado com produtos da agricultura familiar local e sustentável.
Eliakin Ramos e Ingrid Laisla são noivos e trabalham com brigadeiro de vários sabores, vendem na rua. “Por conta do Natal estamos produzindo panetone. Aproveitamos o brigadeiro e adicionamos ao panetone. Já vendemos bastantes no evento e conseguimos divulgar o nosso trabalho”.
Artesanato
Dona Gilse dos Santos faz artesanato com crochê, bolsas, chapéu, sapato para bebês, pintura em pano, toalha lavabo bordada e também montou seus produtos na passarela do evento. A atesã trabalha também trabalha artigos feitos com com biscuit e faz flores para ornamentação.
Marta Suzarte trabalha com artesanato e veio de Ruy Barbosa com a filha Amanda Suzarte que também é artesã, para vender no evento. “Eu estou achando tudo muito organizado, as pessoas demonstram interesse pelo trabalho, isso serve de incentivo. Gostei muito do espaço, a praça do Rosário é acolhedora” disse Marta. Amanda tem 22 anos, faz artesanato desde 2019 e hoje vive das suas produções. Ela trabalha com macramê produzindo pulseiras, colares decorativos como filtro dos sonhos, brincos, dentre outros produtos.
O artesão itaberabense André Augusto trabalha com artesanato há 22 anos e também aproveitou para expor e vender brincos, colares e pulseiras feitas com cobre, arame, aço, linha encerada, semente, miçangas e casco de coco. Para André, o evento foi como uma feira onde ele pôde vender e faturar uma grana a mais. André, que também é ativista político com atuação na defesa da agricultura familiar e da economia solidária, disse que a iniciativa foi um ótimo incentivo para os artistas e para a cultura popular.
Dona Nilzete Reis e Elisiane Aguiar completaram o rol de artesãos e artesãs presentes na passarela das artes. Elas venderam artigos como jogo de cozinha, jogo de banheiro, pano de prato, pano de bandeja e jogo de banho, além de peças feitas com bordados, bordado de fita, redendepe, bainha aberta, crochê, tricô, vagonite, bordado de linha, feltro, etc. “O evento é ótimo para divulgar o trabalho, a minha filha Josiane Aguiar entrou na faculdade para fazer Ciências Contábeis e me passa orientações na parte financeira e me incentiva a fazer cursos de qualificação”, disse Elisiane.
Samuel Sampaio e Newton Luiz fazem suporte para planta no estilo macramé e estiveram presentes na primeira edição. “O evento cresceu e o público está mais variado, estamos fazendo uma boa divulgação do nosso trabalho”, afirmaram.
Moda
Mariane Ribeiro, Amanda Petrusca, Emyle Thaís são proprietárias de uma loja de moda feminina que fica no Mercado Velho. Elas participaram da primeira edição do projeto e veem o evento como um ótimo incentivo aos pequenos produtores da cidade.
Ieda Mascarenhas também atua no ramo da moda feminina e comercializa bolsas e acessórios da economia criativa. “Vendi algumas peças, ganhei seguidores na rede social e reencontrei pessoas”, disse animada.
A próxima edição do Projeto Praça da Cultura está prevista para acontecer no dia 28 de janeiro e, segundo a organização, deve ser maior a mais diversificada. Com informações de assessoria.