Líder do União Brasil na Câmara Federal, o deputado Elmar Nascimento foi, ao lado do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), peça chave na aprovação da PEC do Transição, garantindo ao presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva a primeira vitória no Congresso Nacional antes mesmo da posse. Dentro do próprio partido, que tem uma bancada de 53 parlamentares, Elmar assegurou 39 votos favoráveis – entre os sete baianos da legenda, incluindo o próprio, foi unanimidade a favor de Lula.
Um importante aliado do deputado, que tem acompanhado de perto as conversas de Elmar com Lula e Arthur Lira – o presidente da Câmara é o principal padrinho da indicação do baiano no ministério, enquanto a cúpula do União Brasil faz movimentos nos bastidores -, disse ao site Política Livre que as chances de o parlamentar ir para a Esplanada em 2023 são boas. “Tudo está evoluindo neste sentido”, declarou.
Se for confirmado ministro da Integração Nacional, pasta que será recriada por Lula, Elmar manteria o controle político da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), que ficará subordinada ao ministério. O atual presidente do órgão, Marcelo Moreira, foi indicado pelo parlamentar baiano e por Lira no governo Jair Bolsonaro (PL).
O mesmo aliado de Elmar garantiu que as resistências do PT ao nome de Elmar perderam força. O atual governador da Bahia e futuro ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, já afirmou não impor restrições à indicação do deputado. Em entrevista ao site Política Livre na última segunda-feira (19), o deputado federal Afonso Florence (PT), futuro titular da Casa Civil do governador eleito Jerônimo Rodrigues, foi na mesma linha, e ainda elogiou o parlamentar do União Brasil.
Nesta quinta-feira (22), Lula pretende anunciar os nomes de mais 18 ministros, mas não está prevista a confirmação do titular da Integração Nacional. A cantora baiana Margareth Menezes, que há dois dias está em Brasília, será oficializada na Cultura.
Lula deve confirmar o nome do vice Geraldo Alckmin (PSB) no Desenvolvimento, Indústria e Comércio; a economista Esther Dweck no Ministério da Gestão; a presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Nísia Trindade, na Saúde; a atleta Ana Moser no Esporte; a vice-governadora de Pernambuco e presidente do PCdoB, Luciana Santos, na Ciência e Tecnologia; e Anielle Franco, irmã da vereadora Marielle Franco – cujo assassinato aconteceu em 2018 e ainda não foi solucionado – na pasta das Mulheres.
A deputada eleita Sonia Guajajara (Psol) deve ser apresentada como futura titular do Ministério dos Povos Originários e o advogado e professor Sílvio Almeida, especialista na questão racial, pode ser confirmado na pasta dos Direitos Humanos. Lula ainda tenta fechar a equação para contemplar, além do grupo de Arthur Lira/União Brasil, o PSD e o MDB. Do Política Livre.