Como se não bastasse a tragédia em que o Brasil se meteu depois de quatro anos de puro ódio e discurso golpista e violento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seu círculo de bajuladores extremistas mais próximo, seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), participou de uma reunião na noite de segunda-feira (9) no Senado e resolveu seguir com o discurso distorcido e sempre sem nexo do clã, voltando suas críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, por ter afastado por 90 dias o governador Ibaneis Rocha (MDB), do Distrito Federal, devido à sua total inação diante do caos terrorista implantado por bolsonaristas em Brasília no domingo (8).
Flávio falou de caneta, que seu pai “não tem culpa de nada” pelo ocorrido, e, com o jeito arrogante e dissimulado de sempre, procurou abordagens desconectadas da realidade para falar do mais obscuro capítulo da história política do Brasil desde a redemocratização, tentando tirar sua família do cenário construído, sem, contudo, criticar diretamente os fanáticos discípulos criminosos de seu pai.
No entanto, a reação por parte dos outros senadores foi imediata, lembrando ao filho do radical de extrema direita o papel central dos Bolsonaro na construção do ambiente de ódio e violência que impera no país.
“Muitas vezes, o silêncio é mais ruidoso do que quaisquer palavras proferidas. Às vezes, pesa muito mais o silêncio do que qualquer fala. O silêncio do presidente Jair Bolsonaro nas primeiras horas após o processo eleitoral, já conhecido pela população o resultado, deu demonstrações àqueles que o tomam como líder de muitas coisas”, disse o presidente em exercício do Congresso Nacional, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB).
Quem também se indignou com a fala irresponsável e insistentemente cínica de Flávio Bolsonaro foram os senadores Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso, e Eliziane Gama (Cidadania-MA), líder da bancada feminina no Senado. Redação de Henrique Rodrigues.