O jornalista Wellington Macedo de Souza, de 47 anos, que segundo autoridades federais e o Judiciário seria um dos artífices do atentado a bomba frustrado usando um caminhão-tanque com 60 mil litros de querosene, que seria explodido no Aeroporto Internacional Juscelino Kubistchek, em Brasília, ocorrido em 24 de dezembro do ano passado, foi assessor da ex-ministra dos Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos), uma das mais influentes bolsonaristas do antigo governo e agora senadora eleita pelo Distrito Federal.
Ocupando o posto de assessor na Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, entre fevereiro a outubro de 2019, Wellington, que foi condenado pela Justiça por sua participação e organização em atos antidemocráticos, em 2021, retirou a tornozeleira eletrônica que o monitorava em liberdade assistida e, desde então, segundo a polícia, está foragido.
De acordo com os outros dois terroristas que foram presos pelo episódio envolvendo a carreta de combustível, George Washington de Oliveira Sousa e Alan Diego dos Santos Rodrigues, Wellington teria ficado responsável por colocar o explosivo com detonador remoto no veículo de carga que ia para o aeroporto da capital federal. As imagens do circuito de segurança do posto e do próprio caminhão-tanque mostram o carro do repórter chegando ao local, de onde desembarca Alan Diego, que então põe a bomba na carreta.
De acordo com o perfil do jornalista na rede de relações profissionais LinkedIn, ele teria realizado trabalhos para importantes veículos de imprensa brasileiros, como os jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo e para a revista Veja. Nenhum desses órgãos de comunicação confirmou as informações até o momento.
O bolsonarista extremista afirma também em seu perfil que trabalhou para a agência espanhola EFE, que por meio de nota à redação da Fórum explicou jamais ter mantido qualquer vínculo com o jornalista, negando que ele tenha sido seu correspondente. Há cinco anos, diz a EFE, a agência comprou para uma extinta produtora, a Mediamca, três materiais audiovisuais que foram produzidos por Wellington, mas sem qualquer responsabilidade pela escolha do jornalista, assim como sem saber se existiria algum laço entre ele e a produtora que já não existe mais.
A vaga ocupada por Wellington na pasta chefiada por Damares Alves parece encerrar a discussão sobre sua proximidade com Jair Bolsonaro e o núcleo de poder de seu governo, uma vez que a nomeação para um dos ministérios mais “ideológicos” da gestão bolsonaristas se deu por conta de seu alinhamento com as posturas reacionárias e antidemocráticas da administração de extrema direita encerrado há pouco mais de duas semanas. Com informações da Revista Fórum.