A festa em louvor ao Nosso Senhor Bom Jesus dos Passos, padroeiro dos garimpeiros do município de Lençóis, na Chapada Diamantina, se tornou Patrimônio Imaterial da Bahia. O evento se une ao Cortejo do Dois de Julho e a Festa da Boa Morte no Livro de Registro Especial de Eventos e Celebrações. O decreto de reconhecimento foi assinado pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), e publicado na edição de 18 de janeiro do Diário Oficial do Estado.
Essa publicação foi celebrada pela prefeitura de Lençóis, administrada pela prefeita Vanessa Senna (PSD), e foi resultado do pedido de registro feito pela Sociedade União dos Mineiros (SUM) em 2015. A festa acontece há 171 anos pela Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, e coloca o município de Lençóis como detentor de um bem cultural que figura agora entre os bens que são patrimônio da Bahia.
Em contato com o Jornal da Chapada, o secretário de Cultura de Lençóis, Felipe Sá, explicou que Lençóis, que está situada no Parque Nacional da Chapada Diamantina, já é Patrimônio Nacional, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O titular da pasta comemora a conquista e diz que “esse título é também um reconhecimento ao povo, aos antepassados, à Lyra Popular e aos grupos culturais. Lençóis é um município indutor do turismo e detentor de importantes patrimônios culturais e ambientais”.
A programação da festa conta com lavagem das escadarias, manifestações culturais, missas, alvoradas, procissão, shows musicais e muitos romeiros. Este ano terão no palco nomes como Iguinho e Lulinha, Xanddy do Harmonia e Thiago Aquino (confira aqui programação completa), com organização da prefeitura de Lençóis, do Governo do Estado e da Devassa Puro Malte.
De acordo com a gestão, “o esforço foi grande para a preservação da festa e aquisição do título de Patrimônio Imaterial. Isso faz com que a comunidade de Lençóis mais uma vez agradeça ao patrono dos mineiros e que a cidade se fortaleça como lugar detentor de uma cultura e uma história que, por conta da economia do diamante, teve protagonismo nacional no século XIX. Lençóis foi o maior produtor de diamantes do planeta”, sintetiza o secretário de Cultura.
Jornal da Chapada