O senador Marcos do Val (Podemos-ES) passou 4 horas na sede da Polícia Federal, em Brasília, nesta quinta-feira (2), onde prestou depoimento sobre a denúncia que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) queriam incluí-lo em um plano de golpe de estado que envolvia a instalação de um grampo ilegal sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
A determinação para que a PF tomasse seu depoimento foi do próprio Moraes, que investiga os atos antidemocráticos, seus financiadores, mentores e partícipes. O ‘Xandão’ havia estipulado um prazo de 5 dias para que Do Val fosse ouvido, mas os federais não quiseram esperar. Às 16h30, na tarde hoje, o senador já falava aos investigadores.
Marcos Do Val revelou a jornalistas que participou de uma reunião com Bolsonaro e Daniel Silveira em dezembro passado, na qual foi discutido um plano de golpe de Estado. Por ter uma relação amistosa com Moraes, o senador seria o encarregado de gravar clandestinamente uma reunião com o magistrado e induzir uma declaração na qual ele reconheceria que interferiu nas eleições de outubro em favor do atual presidente.
Em transmissão posterior, nas suas redes sociais, Do Val chegou a afirmar que foi coagido pelo ex-presidente, que queria usá-lo como um infiltrado no STF. Depois, voltou atrás e minimizou a participação de Bolsonaro na conspiração. Do Val ainda garantiu ter a posse de documentos que comprovam a prevaricação de agentes públicos nos ataques bolsonaristas a Brasília de 8 de janeiro e defendeu a abertura de uma CPI sobre a questão.
O conteúdo do depoimento prestado à PF nesta tarde ainda não veio a público, mas especula-se que não deva ter fugido das declarações divulgadas ao longo do dia. Com informações do R7