Quatro anos após vencer o prêmio Jabuti de melhor livro, ‘Torto Arado’, de Itamar Vieira Júnior, ganhará uma adaptação para o teatro no primeiro semestre 2024. A peça terá texto e direção de Aldri Anunciação e terá estreia em Salvador. “Para mim é uma honra fazer a adaptação do texto teatral e ainda fazer a direção. É um livro muito importante para o nosso momento e, no meu ponto de vista, diz muito sobre a gente”, disse Aldri.
O livro, publicado em 2019, conta a história das irmãs Bibiana e Belonísia, que têm as vidas marcadas por um acidente ainda na infância. O livro é ambientado na Chapada Diamantina, onde ambas são mantidas em trabalho similar a escravidão – uma realidade que, mesmo em 2023, ainda é bastante comum no Brasil.
Devido à territorialidade, a peça vai estrear na Bahia. Depois do ponto de partida que será na capital baiana, a obra deve passar pela maioria das capitais do país, afinal, para Aldri, a história de Itamar “precisa estar em todos os lugares”.
Com milhares de fãs e livros traduzidos para mais de 10 países, “Torto Arado” é um fenômeno. Para o diretor, o maior desafio da adaptação será levar para o palco as personagens que o púbico imaginou ao ler o livro, o que é feito com bastante pesquisa.
“O desafio é equalizar os imaginários das pessoas que leram o livro, o meu de diretor e o do próprio Itamar. O autor também tem uma expectativa de ver as personagens que ele criou em cima do palco”, afirmou. Ainda não há informações sobre os artistas que irão participar da obra, nem onde será a estreia.
Aldri Anunciação
Aldri é um ator, dramaturgo, roteirista, apresentador de televisão e diretor brasileiro. Ele é o autor da peça teatral “Namíbia, Não!”, que originou o livro de mesmo nome – vencedor do prêmio Jabuti de 2013. Anos depois, a peça originou o filme “Medida Provisória”, o primeiro projeto do também baiano Lázaro Ramos como diretor. A obra teve atuações de Taís Araújo, Seu Jorge e Alfred Enoch.
Para Aldri, como objetivo da adaptação de “Torto Arado” para o teatro é parecido com o de “Namíbia, Não!” para o cinema: trazer um tema pesado de uma forma que o público consiga refletir enquanto se diverte. As informações são do G1/Ba.