Agenor Tupinambá é um jovem de 23 anos que trabalha e vive em uma fazenda no município de Autazes, no Amazonas, e ficou famoso no Tik Tok após exibir sua rotina com Filó, a capivara com quem fez amizade. Nas postagens, costuma mostrar momentos de companheirismo e cuidado com ela e outros animais. Nesta terça-feira (18) ele foi multado pelo Ibama em mais de R$ 17 mil após ter sido denunciado por abuso, maus-tratos e exploração animal.
Na notificação, também foi exigido que o jovem retirasse todas as postagens de suas contas nas redes sociais que contenham interações com animais. Agenor afirmou que recebeu a multa com surpresa e, mesmo negando as acusações, atribui a denúncia à fama que ganhou nas redes.
“Cresci no meio do mato e lá nasceu a minha paixão pelos animais. Eu só saio de lá para estudar agronomia na capital, curso que escolhi para poder servi-los ainda mais. De todas as surpresas que a fama na internet me trouxe, eu jamais imaginei que seria acusado de abuso, maus-tratos e exploração contra animais. Também fui acusado de matar um animal do qual todos são testemunhas que só dediquei amor e fiz tudo o que podia para preservar sua vida”, declarou o influenciador digital em sua conta no Instagram.
@recordoficial Capivara de estimação que conquistou a Internet #FalaBrasil
As boas intenções de Agenor são incontestáveis. No entanto, nem sempre as práticas que decorrem delas estão de acordo com o que determina a ciência ou a Justiça. Na mesma notificação do Ibama, o influenciador é requisitado a entregar a capivara Filó e a papagaio Rosa a um centro de tratamento animal. De acordo com o órgão, ele teria retirado os animais do habitat natural. Agenor alega que resgatou a capivara de uma situação em que sua vida estava vulnerável e que, desde então, ambos desenvolveram uma relação de amizade que não poderia ser cortada.
Filó foi resgatada por Agenor em área próxima de terra indígena, onde os povos que lá vivem costumam caçar. Seu primo vive perto dali. Ele visitava o local quando um grupo de caçadores havia abatido algumas capivaras, e uma delas estava grávida. “Eles cortaram a barriga dela, a Filó nasceu e conseguiu sobreviver. Os índios nos deram ela”, contou.
Agenor acatou determinações da notificação e retirou do ar as postagens indicadas. Com um prazo de 20 dias para apresentar sua defesa em relação às acusações e, consequentemente ao pagamento da multa, tem recebido acompanhamento jurídico de uma parlamentar. “Lamento profundamente o que está acontecendo e só eu sei a dor que estou sentindo”, concluiu. As informações são da Revista Fórum.