O CEO do Telegram, Pavel Durov, ameaçou encerrar as atividades da plataforma no Brasil após se negar a entregar dados de grupos neonazistas, afirmando que o objetivo da empresa é “preservar a privacidade e a liberdade de expressão”. A Justiça Federal suspendeu o Telegram por descumprir uma ordem de entregar dados de um grupo neonazista às autoridades e estabeleceu uma multa diária de R$ 1 milhão enquanto o aplicativo não colaborar com as investigações.
Em sua mensagem, Durov afirmou que o Telegram já foi alvo de medidas similares em outros países, como China e Rússia, que proibiram o aplicativo devido à posição da empresa sobre a questão dos direitos humanos. Além disso, outros países como Alemanha, Noruega, Belarus, Indonésia e Paquistão também tomaram medidas contra o Telegram.
A Alemanha, por exemplo, bloqueou 64 canais do Telegram por promoverem a desinformação e discursos de ódio, enquanto a Noruega restringiu o uso do aplicativo por funcionários públicos. Já a Rússia chegou a banir o Telegram em 2018 por considerar que o aplicativo estava sendo usado por dissidentes russos, mas a medida foi suspensa em 2020 após a empresa se comprometer a colaborar com as autoridades.
No Brasil, a decisão da Justiça Federal foi motivada pelo Telegram ter entregado “apenas parcialmente” os dados requisitados pela Polícia Federal em meio a uma investigação sobre os ataques a escolas de Aracruz, no Espírito Santo, que resultaram na morte de quatro pessoas. Durov informou que o Telegram está recorrendo da decisão judicial e que, “não importa o custo, defenderemos nossos usuários no Brasil e seu direito à comunicação privada”. As informações são do Pop Time.