Os advogados que fazem a defesa de Jair Bolsonaro (PL) afirmaram, em entrevista coletiva convocada na noite da última segunda-feira (15), que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro usava o cartão de crédito de uma amiga porque seu marida seria “pão-duro”. Além disso, sem créditos para emitir um cartão próprio, teria suas despesas pagas em dinheiro vivo pelo então ajudante de ordens Mauro Cid mediante reembolso à amiga.
Segundo Fabio Wajngarten, advogado e ex-secretário de Comunicação Social do Governo Bolsonaro, Michelle usou o cartão de Rosemary Cardoso Cordeiro, com quem alega ter amizade de muitos anos, a partir de novembro de 2011. Isso ocorreu porque a ex-primeira-dama não teria crédito para emitir um cartão em seu nome até junho de 2021, quando finalmente adquiriu um.
“A dona Michelle nunca possuiu limite de crédito. Ela não tinha receita compatível e usou o cartão da amiga para evitar constrangimentos. A resposta da dona Michelle para mim há meia hora foi: ‘Meu marido sempre foi muito pão-duro”, explicou Wajngarten.
Cintia Borba Nogueira e Giselle dos Santos Carneiro da Silva, ambas assessoras de Michelle, procuraram à época o então ajudante de ordens, Mauro Cid, para recomendar que a ex-primeira-dama parasse de usar o cartão da amiga sob pena de ser acusada da prática de rachadinha. A defesa confirma o diálogo. “O Mauro Cid endossa e diz: ‘é melhor parar de usar, ainda que tenha reembolso mensal, é melhor’. As duas assessoras então concordam que era melhor devolver o cartão”, contou Wajngarten.
O ex-presidente Jair Bolsonaro irá depor – pela terceira vez em menos de dois meses – na Polícia Federal a partir das 14h desta terça-feira (16). Os investigadores querem saber qual seu grau de envolvimento no esquema de fraudes em cartões de vacinação. Já a ex-primeira-dama deve ser intimada nos próximas dias para também prestar o seu depoimento. As informações são da Revista Fórum.