Dois jovens moradores de Morro do Chapéu estão embarcando em novos desafios musicais. Matheus Montino, de 21 anos, e Vanessa Jacobina, de 19 anos, começaram suas jornadas na Sociedade Filarmônica Minerva, uma instituição cultural centenária e um orgulho para a cidade. Desde 2017, a Minerva conta com o apoio da Enel Green Power Brasil, empresa de energia renovável da Enel no Brasil, que possui três parques eólicos na região.
Neste ano, Vanessa foi aprovada para um intercâmbio nos Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba), onde estudará inicialmente canto e, posteriormente, um instrumento a ser determinado. Já Matheus, saxofonista, foi um dos três alunos da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia (UFBA) selecionados para um intercâmbio acadêmico na Alemanha. Ele passará 10 meses na ‘Staatlichen Hochschule für Musik and Darstellende Kunst Mannheim’, uma universidade de música e artes cênicas em Mannheim.
Matheus relata sua jornada na Minerva, começando a tocar aos 10 anos e enfrentando desafios como a falta de manutenção dos instrumentos e a desistência de colegas. No entanto, com o patrocínio da Enel, a situação mudou, permitindo a contratação de um professor regente experiente e a compra de novos instrumentos. Essa mudança foi transformadora para Matheus, que se dedicou à música e alcançou sua primeira conquista ao ingressar no bacharelado em Saxofone na UFBA. Agora, ele está entusiasmado por ser o primeiro colocado na seleção para o intercâmbio na Alemanha.
“A Minerva conseguiu contratar um professor regente mais experiente e comprar novos instrumentos. Foi uma virada de chave na minha vida. Passei a me dedicar à música e tive a minha primeira conquista em 2019, ao ingressar no bacharelado em Saxofone na UFBA. Estou vivendo outra imensa alegria por ter sido o primeiro colocado na seleção para este intercâmbio internacional na Alemanha”, conta Matheus.
Para Vanessa, a aprovação no Coro Intermediário do Neojiba também foi motivo de orgulho e celebração para sua família. Ela começou sua jornada musical tocando bombardino na escolinha Minerva, e o projeto foi fundamental para sua formação. A iniciativa promove a inclusão social, música e arte em Morro do Chapéu, sendo uma importante forma de expressão para os jovens do município, segundo Vanessa.
A Minerva
A Sociedade Filarmônica Minerva foi fundada em 1906, alguns meses após Morro do Chapéu receber a apresentação da orquestra do distrito vizinho de Riachão do Utinga. Entusiasmados com a apresentação musical, os moradores de Morro decidiram criar uma banda em sua própria vila, a partir de doações e aulas ministradas aos aprendizes locais. O nome Minerva é uma homenagem à deusa grega das artes e da sabedoria.
Nestes mais de 115 anos de existência, a Sociedade Filarmônica Minerva tornou-se fundamental para a formação da identidade cultural do povo morrense, influenciando diversas gerações de cidadãos e músicos. Mas boa parte dessa trajetória foi marcada por períodos difíceis. Sem apoio financeiro, a instituição ficou sem professores e chegou a ter apenas 15 músicos.
Essa realidade começou a se modificar em 2017, com a chegada do apoio institucional e financeiro da Enel Green Power, que deu início ao projeto cultural ‘Minerva: Porta para a Cidadania’. A iniciativa trabalha a educação pela música para contribuir com a melhoria das condições de vida de jovens de Morro do Chapéu por meio da inclusão social e transformação cidadã e musical. Com a parceria, a Filarmônica conta atualmente com 42 músicos, e a Escola de Música, com 65 alunos. O projeto promove ainda eventos socioculturais e artísticos na região como peças teatrais, encontro de filarmônicas e festivais de música e de poesia.
Jornal da Chapada