Pedir alguém em casamento e dar um anel de noivado, normalmente, é um momento para se guardar por toda a vida. Isso parece ter acontecido também com um parlamentar do União Brasil, mas o que fez o acontecimento se tornar “marcante” foi mesmo uma ação investigatória aberta por parte do Ministério Público de São Paulo.
Felipe Becari, deputado federal, namora com a atriz e ex-BBB Carla Diaz, formando um casal que faz bastante sucesso nas redes sociais. Em novembro do ano passado, ele pediu a artista, que ficou conhecida quando criança por fazer o papel da pequena Khadija, na novela ‘O Clone’, da TV Globo, em casamento. No ato, com a moça se derretendo em romantismo, ele registrou a entrega e a colocação de um anel de noivado nela. A imagem, naturalmente, viralizou na internet e nos veículos que cobrem a vida dos famosos.
Só que uma coisa chamou a atenção das autoridades. O “mimo” era um anel da luxuosíssima grife Tiffany & Co, e, segundo a investigação do MP, está avaliado em mais de R$ 200 mil. Até aí, sem problemas, afinal, cada um faz o que bem entende com seu dinheiro.
O problema é que Becari, poucos meses antes de comprar a joia para Carla Diaz, declarou à Justiça eleitoral, no ato de registro de sua candidatura à Câmara dos Deputados, que possuía apenas R$ 5 mil em dinheiro em suas contas bancárias. Para ser mais preciso, o político disse que tinha duas contas-poupança, uma do Banco do Brasil, sem nenhum centavo, e uma do Santander, com pouco mais de R$ 2 mil, além de três contas-correntes, uma no Santander, com R$ 3 mil, e duas no Banco do Brasil, sendo uma sem nada e outra com míseros R$ 20,15.
Na declaração do deputado federal por São Paulo constam também dois veículos, um Chery Tiggo 2.0, no valor de R$ 26 mil, e um Subaru Tribeca, estimado em R$ 49 mil, ambos com bons anos de uso. Aparece ainda no documento um imóvel num bairro nobre da Zona Sul de São Paulo, estimado em R$ 582.507,90.
A investigação contra Becari é tocada pela 5ª Promotoria de Justiça Criminal, que atua em conjunto com a Divisão de Investigações sobre Crimes contra a Administração, da Polícia Civil de SP. Segundo o diário carioca O Globo, as autoridades suspeitam que o parlamentar do União Brasil possa ter feito uso de recursos doados a uma entidade de proteção aos animais que ele mantém, que inclusive fez com que ele, um policial civil paulista, se tornasse conhecido nas redes sociais. Becari já foi vereador em São Paulo.
Indignado com as acusações, o deputado emitiu um comunicado nas redes sociais, cujo teor é assinado por sua assessoria jurídica. Ele alega que está sendo “alvo de notícias completamente falsas e de cunho categoricamente criminoso”, e garante que “adotará todas as medidas judiciais cabíveis para a responsabilização dos envolvidos, bem como colaborará ativamente com as autoridades para o restabelecimento da verdade”.
No texto, a defesa de Becari diz que já “requereu abertura de uma investigação para apuração de prática do crime de perseguição, tendo como alvo dezenas de pessoas já identificadas”. As informações são da Revista Fórum.