Após fuzilar dois colegas policiais em Salto, no interior de São Paulo, o sargento da PM Cláudio Henrique Frare Gouveia, 53 anos, gravou um vídeo, relatando o que lhe levou a cometer o ato bárbaro.
Nas imagens obtidas com exclusividade pelo programa Fantástico, da TV Globo, ele diz que era perseguido pelo capitão Justi, seu superior, assassinado no dia 15 deste mês.
Identificado por conhecidos como uma pessoa tranquila até cometer o duplo homicídio, Cláudio Henrique Frare Gouveia, 53 anos, chegou no turno da manhã e disse que haveria um treinamento externo e pediu para que todos deixassem a companhia. Logo depois, trancou a porta e foi para a sala onde um capitão e um sargento foram mortos. Gouveia se entregou logo após matar o comandante da unidade, capitão Josias Justi da Conceição Júnior, e o sargento Roberto Aparecido da Silva, que despachava documentos com o superior no momento dos disparos. Josias e Roberto foram enterrados em Sorocaba (SP). Ainda segundo a reportagem, testemunhas afirmaram que o sargento vinha reclamando das escalas de trabalho dele e da esposa, que também é PM na mesma companhia, e que isso estaria prejudicando muito a rotina familiar.
Em matéria publicada pelo portal Metrópoles, o advogado do sargento, Rogério Augusto Dini Duarte, havia relatado que o militar se sentia perseguido e estava com a “vida conjugal afetada”. De acordo com o defensor, a mulher do militar servia na mesma unidade e os horários de ambos coincidiam, o que atrapalhava nos cuidados da filha pequena e no dia a dia do casal.
Números da PM paulista apontam que existem 80 mil PMs na ativa e são concedidos, em média, quatro afastamentos por dia por questões psiquiátricas. Entre 2019 e abril de 2023, foram 5,6 mil licenças. As informações são da Revista Fórum.