O Pantanal dos Marimbus, localizado no município de Andaraí, na Chapada Diamantina, é um ambiente natural da região que abriga segredos e uma série de surpreendentes casos. Devido ao Marimbus, a seca não é tão rigorosa.
“Ele ajuda a regular o clima da região. Essas áreas de floresta são beneficiadas pela umidade que sai daqui”, diz o biólogo Cézar Gonçalves. Marimbus é uma palavra indígena que significa áreas alagadas. Mas a região representa, na verdade, o pantanal da Bahia. Ela funciona como uma ‘caixa d’água inesgotável’.
Os pescadores nunca se queixam da quantidade de peixe. É das lagoas do Pantanal que saem a comida que alimenta muitas famílias. Eles pescam o apanhari, peixe da Amazônia trazido para o Nordeste pelas mãos do homem, que gosta muito de água parada. Por isso se deu bem no pantanal da Chapada. Não é de hoje que as águas multiplicam os peixes, as plantas. A planta que deu origem ao papiro no Egito brotou em abundância no Marimbus.
Segundo o biólogo Gonçalves “basta cortar os talos e secá-los, depois picá-los e processá-los. Dá para fazer”. Mas no Pantanal, o papiro tem outro papel fundamental.“As raízes dele ajudam a fixar o solo pra que não haja erosão, e ajudam também a purificar a água”, explica o biólogo. Mais do que isso: a raiz do papiro é fibrosa, parecida com o palmito, e serve de comida para os peixes e capivaras.
“Os animais que estão aqui são mais típicos do pantanal mato-grossense”, conta Cézar Gonçalves. Pantanal é uma espécie de joia para o sertão. O pantanal mato-grossense é o berçário e o reino da fauna que todo mundo conhece, mas este outro Pantanal é quase secreto, escondido bem na Chapada Diamantina.
Chega a parecer miragem, mas é um sonho real – um oásis no sertão. “É uma área onde você tem uma diversidade de animais e de plantas que não existem em outras regiões próximas. É um encrave de um ambiente úmido no meio de uma área seca”, explica o biólogo Cézar Gonçalves.
Ednilson, conhecido como “Nil”, é o guia mais experiente do Marimbus. Sabe todos os segredos deste paraíso. “Este aqui é o lugar mais rico que nós temos”, diz Edilson. Por fazer parte do Parque da Chapada Diamantina, o Marimbus é também patrimônio ecológico. São 32 famílias, cerca de 80 pessoas, morando no parque.
Jornal da Chapada