Apavorado em meio a denúncias sobre uma suposta organização criminosa que comandou quando era juiz na 13ª Vara Federal de Curitiba e em vias de perder o mandato, Sergio Moro (União-PR) recorreu a amigo que pulverizava suas narrativas na mídia liberal para responder às acusações reiteradas que vêm sendo feitas pelo ex-deputado e empresário Tony Garcia.
Após manter silêncio há três dias, Moro voltou ao Twitter nesta terça-feira (6) e usou um texto escrito por Mario Sabino, ex-redator da Veja e ex-diretor do site O Antagonista, um dos porta-vozes do lavajatismo, para se defender.
“Não teria outras palavras para não falar melhor”, tuitou Moro, em texto curto e confuso, compartilhando um link de Sabino.
Na abertura do texto, publicado no site Metrópoles, Sabino classifica Garcia como “mafioso” e diz que Lula “arrasta asa da ditador” ao tentas desqualificar as denúncias para defender Moro.
De forma presunçosa, assim como Moro nos tempos da Lava Jato, o jornalista passa a discorrer sobre a produção de vinhos na França e usa o velho discurso de atacar Lula pelo gosto que o presidente tem pela cachaça.
Tortura
Em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia desta terça-feira (6), Garcia revelou mais detalhes sobre sua atuação dentro da Operação Lava-Jato.
Garcia, que relata ter atuado por mais de dez anos como “agente infiltrado” da Operação Lava-Jato, afirmou que o foi “um laboratório para o modus operandi da Lava Jato”.
Muitos questionam onde estão as provas das acusações de Tony. Ele garante que, com autorização do Supremo Tribunal Federal, irá revelar os autos dos processos em que há ilegalidades.
“As provas estão nos autos. Na hora que eu apresentar os autos e os termos do meu acordo de delação, vai ficar claro”, afirmou Tony.
Ele também relata que esse modus operandi continuou ao longo da Operação Lava Jato. “É continuidade de caça ao PT”, disse o ex-parlamentar sobre a relação entre a LJ e o Mensalão.
“Eles não queriam só a delação. Eles mostravam como queria que você falasse. O Odebrecht, o Leo Pinheiro, todos eram instados a trazer o nome do Lula. E quem não trouxesse não era aceita a delação e eles ameaçavam mandar para o presídio. [..] Era um câmara de tortura”, disse. As informações são da Revista Fórum.