A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu nesta terça-feira (6) confirmar a cassação do mandato de deputado de Deltan Dallagnol (Podemos-PR). O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e os outros integrantes do colegiado analisaram rapidamente o assunto e confirmaram a perda do cargo apenas uma semana depois da apresentação da defesa do parlanentar.
O deputado Pastor Itamar Paim (PL-RS) assumirá o assento de Deltan, resultando no aumento da bancada do PL na Câmara dos Deputados de 99 para 100 membros.
Em comunicado, a Câmara afirmou que a reunião não abordou o mérito da decisão da Justiça Eleitoral, mas realizou apenas uma análise formal da decisão. A Casa ressaltou que não se trata de uma decisão da Câmara dos Deputados, mas sim de uma declaração da perda do mandato pela Mesa.
Deltan enviou uma manifestação ao corregedor da Câmara, deputado Domingos Neto (PSD-CE), solicitando que a Mesa avaliasse a cassação de seu mandato somente após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir sobre um recurso apresentado por ele.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu cassar o mandato do ex-procurador, argumentando que ele deixou o cargo no Ministério Público Federal (MPF) para evitar uma punição disciplinar. O deputado nega essa afirmação e declara que sua saída ocorreu para auxiliar na pré-campanha do ex-juiz Sergio Moro, que estava buscando se viabilizar como candidato à Presidência, mas posteriormente acabou concorrendo ao Senado.
Deltan foi o chefe da força-tarefa da Lava Jato no MPF do Paraná. Apesar de ter reunido o apoio de dezenas de parlamentares em um pronunciamento feito no dia da decisão do TSE, sua atuação na operação rendeu a inimizade de diversos políticos. Em entrevista ao GLOBO, o ex-procurador disse que chegou a tentar conversar com Lira sobre a cassação, mas não conseguiu ser atendido. As informações são da Revista Fórum.