O vereador Francisco Vilela (PP-RS) foi flagrado ofendendo uma servidora durante sessão na Câmara Municipal de Canguçu, no Rio Grande do Sul. Ele chamou uma auxiliar de enfermagem que acompanhava os debates no plenário de “neguinha” e “p*uta”. O caso ocorreu depois de uma votação que discutia a possível extinção do cargo de auxiliar de enfermagem e a readequação dos ocupantes da função no município.
Quando a sessão foi suspensa, esqueceram o microfone do vereador aberto. Então, foi possível ouvi-lo dizer: “Neguinha p*ta, p*ta que é um raio”. A Polícia Civil instaurou inquérito. Vilela ainda tentou se justificar: “Eu não falei nada em Câmara. A conversa que eu tive foi num momento de… bom, nem tenho que te explicar. É um momento em que eu estava conversando com outro vereador, uma situação que não tem nada a ver”, declarou, em entrevista ao Diário Popular, do RS.
Veja o vídeo:
“Quando eu escuto o áudio, eu descubro que ele está falando de mim porque ele cita o nome do meu pai. Quando ele fala isso, ele fala muito mais dele do que de mim. Me chamar dessas coisas me conhecendo, do jeito que ele me conhece daqui da comunidade, da profissional que eu sou, mãe de família, conhece meu marido, isso realmente me deixou muito mal. É impossível que um cara desses vá para uma Câmara de Vereadores, onde representa o povo, falar esse tipo de coisa. Imagina o que fala fora dos microfones?”, desabafou a servidora.
Advogada da vítima aponta “fato gravíssimo”
Cibele Bernardes, advogada da vítima, afirmou que a fala se enquadra como injúria racial, que é equiparada ao crime de racismo, com pena de dois a cinco anos de prisão, em caso de condenação. “Nós não vamos deixar isso impune porque o que ocorreu foi um fato gravíssimo diante do que ele proferiu e tendo em vista o cargo que ele ocupa”.
Em nota, o PP afirmou que o caso se trata de um ato isolado e que não reflete a ideia e conduta da Executiva. O presidente da Câmara disse que serão tomadas medidas regimentais e que atos racistas e preconceituosos não são aceitáveis.