Desde que se tornaram protagonistas no processo eleitoral brasileiro, as redes sociais entraram de vez no radar do planejamento e estratégia de políticos e candidatos como nunca. Em 2023, ano não eleitoral, o momento é oportuno para conhecer as novas ferramentas digitais e se preparar para buscar o voto de porta em porta ou de zap em zap no pleito municipal de 2024.
Segundo o especialista em comunicação política no digital, Ian Pedro (@ianppedro), não há mais como dissociar o processo eleitoral do ambiente digital. Ele destaca que essa é uma relação crescente, sobretudo a partir de 2018, quando uma pesquisa do instituto DataSenado apontou que redes sociais influenciam o voto de 45% da população.
“Quem não considerar a importância dessas novas ferramentas, certamente ficará em desvantagem na hora de se conectar com o eleitor em 2024”, pontua.
Mais recentemente, um levantamento da Quaest/Genial traçou o Índice de Popularidade Digital (IPD) dos congressistas, apontando que os principais temas do país passam inevitavelmente pela tela do celular dos brasileiros.
Linguagem clara, segura e direta
Na eleição não é diferente. “As pessoas precisam te olhar e automaticamente identificar aquilo que você representa. Então, o discurso precisa estar muito bem pontuado, com conteúdos curtos, como recortes de entrevistas, por exemplo, com uma linguagem clara e direta sobre aquilo que importa para as pessoas do segmento ou comunidade que você representa”, afirma Ian Pedro.
Mas antes de falar nas redes, é preciso ter uma pauta clara sobre as ideias que pretende apresentar à população. “Se for um candidato da oposição, é preciso ter dados seguros e confiáveis para fundamentar os argumentos pelos quais os eleitores podem ser convencidos do seu projeto”, exemplifica o especialista.
“Para candidatos de situação, que vão para reeleição ou sucessão, é interessante pontuar em números o que foi feito durante a gestão, mostrar os principais dados e acima de tudo combater as objeções, apresentando respostas para as maiores dores do município”, continua.
Defina seu reduto
Ian Pedro sinaliza também a importância de definir um reduto de trabalho. “Muita gente comete o erro de buscar voto em todos os cantos da cidade, sem ter um lugar para chamar de seu. Você pode buscar voto em todo o município, porém você tem que ter um reduto que é mais forte do que os outros. Isso também conta na estratégia digital”.
Por outro lado, explica, existem inúmeros fenômenos de pessoas que, apesar de trabalharem em âmbito municipal, conseguem estadualizar ou nacionalizar o nome por meio das redes sociais. “Hoje elas são uma ferramenta poderosíssima de compartilhamento de informações com amplo alcance”.
Há que se ressaltar que a rede social serve para disseminar discurso, e não necessariamente para trazer o voto diretamente. “Isso vai vir como consequência depois que você munir de informações as pessoas que já acreditam no seu projeto, porque são elas que vão proliferar as suas ideias e, consequentemente, atrair apoio e voto”, finaliza. As informações são de assessoria.