O IBGE divulgou os primeiros resultados do Censo 2022. Somos mais de 203 milhões de habitantes no Brasil. Em doze anos, a população aumentou, mas no menor ritmo de crescimento da história. O retrato da ocupação humana no nosso país. Os recenseadores do IBGE estiveram nos grandes centros urbanos, nas pequenas cidades, na zona rural, nas margens dos rios amazônicos, nas favelas e tribos indígenas e contaram quantos somos: 203.602.512 pessoas. Um crescimento de 6,5% em relação ao último Censo, de 2010.
Em 2022, o IBGE chegou a divulgar uma projeção de que o país já teria 207,8 milhões de moradores. O instituto explicou que a diferença aconteceu porque esse cálculo foi feito com dados defasados, com base no Censo anterior. “Foi uma contagem feita depois de 12 anos sem uma contagem no meio da década e, realmente, a gente já esperava essa diferença. O Censo do IBGE consegue colocar o Brasil no mapa e consegue mostrar exatamente onde a população está e como ela está distribuída”, afirma Cimar Azeredo, presidente do IBGE.
Quando o IBGE fechou os números que revelam quantos somos, os pesquisadores passaram para uma outra conta: qual a velocidade de crescimento da nossa população? E aí eles tiveram uma surpresa: entre 1950 e 1960, atingimos a maior taxa: 3% de crescimento médio da população ao ano. Depois, o índice entrou em uma trajetória de queda. E entre 2010 e 2022 despencou: 0,5% – menos da metade do Censo anterior. A menor taxa em 150 anos de contagem. Número comparado ao de países como Bélgica, Holanda e Dinamarca.
“Houve, nos últimos 12 anos, alguns fatores conjunturais que provavelmente aceleraram a queda na taxa. O número de óbitos maior do que esperado, o número de nascimentos menor do que o esperado. Além de uma emigração internacional provavelmente maior do que aquela que havia sido projetada. Esses eventos conjunturais, esses fatores conjunturais, foram causados tanto pelas crises de saúde – zika, pandemia por Covid-19 – além, provavelmente, das crises econômicas da década”, explica Cássio Turra, professor de Demografia da UFMG.
O Sudeste ainda tem, de longe, a maior parte da nossa população. Seguido do Nordeste, do Sul, do Norte e do Centro-Oeste. E em qual região do Brasil o número de moradores aumentou em um ritmo mais acelerado? A Centro-Oeste, que tirou o título que era da região Norte. Abadia de Goiás, cidade a 20 km de Goiânia: o município teve o maior crescimento no número de domicílios: quase o triplo desde 2010.
A operadora de caixa Nagíla de Souza Nascimento morava no extremo-norte do Tocantins e se mudou para Abadia de Goiás em 2018 em busca de uma vida melhor. “Depois que viemos para cá, a gente apaixonou em Abadia. Se tudo der certo, eu não vou embora mais não. Vou ficar por aqui mesmo. Eu gosto demais daqui”, afirma Nágila. As informações são do site do Jornal Nacional.