Alçado à Presidência da Câmara por selar o acordo de apoio do Centrão ao governo Jair Bolsonaro (PL), Arthur Lira (PP-AL) aumentou seu patrimônio em R$ 4,2 milhões nos anos em que esteve à frente da casa parlamentar coordenando, entre outros, o Orçamento Secreto. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), divulgados pelo jornal O Estado de S.Paulo, mostram que o patrimônio de Lira cresceu 247% em quatro anos, passando de R$ 1,7 milhão em 2018 para R$ 5,9 milhões em 2022.
Desde que chegou ao Congresso, em 2010, Lira teve oscilações em seu patrimônio, chegando a declarar uma redução nos primeiros quatro anos, durante o governo Dilma Rousseff (PT), quando passou de R$ 2 milhões para R$ 1,1 milhão. Com o governo golpista de Michel Temer (MDB), o patrimônio do político alagoano cresceu R$ 600 mil, antes da explosão no governo Bolsonaro.
Contas mensais
Investigação da Polícia Federal que apura um suposto esquema de corrupção nos chamados Kits de Robótico, operado por aliados de Lira, apreendeu um manuscrito na casa de Josino de Jesus, motorista de Luciano Cavalcante – ex-assessor e braço direito do deputado – com uma espécie de contabilidade informal do presidente da Câmara.
No papel estão anotados 11 pagamentos, referentes aos meses de abril e maio deste ano, com o nome “Arthur” que, segundo a PF, pode ser uma referência ao deputado, alçado por Jair Bolsonaro (PL) ao comando da Câmara, onde implantou o chamado Orçamento Secreto. No total, segundo a reportagem os pagamentos somam R$ 265 mil – R$ 132,5 mil por mês.
A reportagem cita, por exemplo, um gasto de R$ 3.652 para “Hotel Emiliano = Arthur” no dia 17 de abril. Nesse dia, os registros da Aeronáutica mostram que Lira embarcou em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para São Paulo, onde o deputado costuma se hospedar no Hotel Emiliano, localizado nos Jardins, área nobre da capital paulista.
No endereço do motorista, além do manuscrito, os agentes da PF encontraram papéis relacionados ao caso dos kits de robótica, esquema que seria operado para desvio de dinheiro público a partir de emendas do Orçamento Secreto. As informações são da Revista Fórum.