A 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), durante sessão na última terça-feira (18), registrou um debate acalorado na votação de uma licença remunerada para qualificação profissional em doutorado de uma professora do município de Caldeirão Grande que buscava se especializar em Feminismo, Gênero e Mulher.
Na ocasião, a desembargadora Rosita Falcão de Almeida Maia, relatora do processo, ao votar contra o pedido, afirmou que a licença se trata de “militância” e fez duras críticas à educação oferecida em colégios públicos da Bahia.
“Esse caso é emblemático. A professora pede licença para cursar um curso em Feminismo, Mulher e Gênero. Realmente, eu desconheço a utilidade disso no currículo no qual ela deve estar lecionando. Isso é matéria para militância e não para para Doutorado. Não tem sentido se permitir uma licença de dois anos remunerada”, disse Rosita.
Complementando o seu comentário contra a aprovação do pedido, a desembargadora ironizou a licença ao dizer que está ficando “jurássica”, por não perceber a utilidade do tema para as salas de aula. Rosita ainda complementou fazendo duras críticas à educação baiana.
“Eu acho que estou ficando ‘jurássica’, pois eu não aceito esse tipo de abordagem. As escolas públicas estão sem controle, não se ensina nada aos alunos. Eles, talvez por revolta, estão destruindo as escolas e batendo em professores na sala de aula. Os alunos vão para as escolas para não aprender nada. Eu sinto muito que isto esteja acontecendo, mas eu respeito a decisão da maioria”, salientou.
A desembargadora Joanice Maria Guimarães de Jesus, presidente da sessão, discordou. “É um tema do século. Se aprender só Português e Matemática é algo do tempo da ditadura”, disse, mas foi contestada por Rosita: “Eu respeito a sua opinião, mas não concordo”. As informações são do Política Livre.