Uma obra de arte em homenagem a Maria Felipa, heroína da Independência do Brasil na Bahia, foi inaugurada na manhã desta quinta-feira (27), na Praça Cairu, no bairro do Comércio, em Salvador. O monumento foi feito pela artista soteropolitana Nadia Taquary, que destacou a importância da obra para baianos e turistas, e celebrou a homenagem a uma mulher negra.
“Monumentalizar personagens como Maria Felipa é fundamental enquanto referência, principalmente numa cidade majoritariamente negra”, disse a artista Nadia Taquary. A inauguração contou com a presença do prefeito Bruno Reis, que homenageou este grande símbolo da luta da baiana.
“Esse monumento é um reconhecimento ao exemplo de coragem e de força da mulher negra baiana. Representa a principal homenagem que Maria Felipa recebe em Salvador nesses 200 anos. A resistência de Maria Felipa, expulsando definitivamente os portugueses do solo baiano, será para sempre lembrada”, disse o prefeito da capital.
A homenagem com a obra de arte acontece no mês que é comemorado Independência do Brasil na Bahia e o Julho das Pretas. A obra visa eternizar Maria como uma heroína e evitar o apagamento histórico sofrido pela mulher baiana e negra, mas também uma estrategista de guerra.
A obra
A obra é feita sob a técnica de moldagem em resina e fibra de vidro e mede cerca de 3 metros. O monumento conta com um QR code do projeto Reconectar, que proporciona aos visitantes conhecerem um pouco mais sobre a história daquele personagem histórico a partir de um smartphone.
“Tentei trazer uma característica de rainha, não só de poder, mas de empoderamento. Ela representa muitas vozes que, por 200 anos, mantiveram essa história viva”, disse Nadia Taquary. A localização foi escolhida de forma estratégica. À beira-mar, de frente para a baía de Todos-os-Santos, com a guerreira voltada para a Ilha de Itaparica, onde combateu marinheiros portugueses e incendiou navios.
Quem foi Maria Felipa
Maria Filipa foi uma mulher negra que lutou contra colonizadores portugueses na Bahia e quase foi apagada da história. Durante muito tempo, ela foi considerada uma invenção popular por não constar nos livros de história. Há menos de uma década, a existência dela foi comprovada por pesquisadores.
Baiana, negra, natural da Ilha de Itaparica, segundo relatos históricos, o grupo liderado por ela foi responsável por queimar 42 embarcações portuguesas. Os soldados que estão nos registros contra os colonizadores na Bahia eram militares ou comerciantes favoráveis a expulsão dos portugueses. O nome de Maria Filipa não aparece nesses registros.
Historiadores apontam que existem relatos de que seus restos mortais estejam na Igreja do São Lourenço, na Ilha de Itaparica. Ela morreu no dia 4 de julho de 1873. As informações são do portal g1/BA.