O produtor musical Maurício Alkinder Stemberg, de 55 anos, tocou violão durante uma cirurgia de retirada de tumor no cérebro. O procedimento foi feito no Hospital Cajuru, do Sistema Único de Saúde (SUS), em Curitiba, e durou cerca de 4 horas.
Carlos Alberto Mattozo, médico neurocirurgião responsável pela intervenção, explica que o procedimento com o paciente acordado é indicado em pessoas que têm algum problema na região do cérebro relacionada à linguagem.
“Normalmente se acorda o paciente durante o procedimento para se fazer testes neurológicos para verificar se o paciente está justamente desenvolvendo alguma alteração ou lesão neurológica durante o procedimento”, explica.
De acordo com o médico, logo que a equipe informou Maurício que ele precisaria passar por uma cirurgia no cérebro, o produtor musical se mostrou preocupado imediatamente se a habilidade dele em relação à música seria afetada. “Eu estou muito feliz com os planos futuros. Vou ter condição, sem sequela. Maravilhoso. Deus abençoou as mãos do doutor”, afirma o paciente.
Procedimento
Segundo Mattozo, durante a cirurgia o paciente é inicialmente sedado. A equipe médica faz uma neuronavegação, que mapeia toda a região do cérebro para localizar o ponto exato onde está o tumor. Com isso, fazem a incisão e, na sequência, a abertura do osso do crânio.
Em seguida, a sedação é reduzida e o paciente começa a retomar a consciência. A partir disso, o paciente fica apto a responder questionamentos do médico durante o procedimento cirúrgico e executar comandos. Geralmente, quando o procedimento é aplicado, é mais comum que o paciente apenas movimentos dos braços e das pernas e, às vezes, fale com o médico. No caso de Maurício, nesse momento, ele já cantava e tocava.
Diagnóstico
O paciente conta que o diagnóstico do tumor aconteceu no início de julho, cerca de três semanas antes da cirurgia. Inicialmente, Maurício passou a ter convulsões e, depois, desmaios.
“Essas duas convulsões eu sentia que ia dar alguma coisa e sentava. Mas a terceira foi bem forte, apagou de um jeito que foi totalmente diferente dos outros”, relembra.Jornal da Chapada com informações do Portal G1