Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de R$ 835 mil de Juscelino Filho, ministro das Comunicações. O objetivo é recuperar valores supostamente desviados da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
A Polícia Federal (PF) deflagrou operação, nesta sexta-feira (1º), para apurar desvios de uma emenda parlamentar destinada por Juscelino ao município de Vitorino Freire, no Maranhão, que tem como prefeita sua irmã Luanna Rezende.
Barroso não autorizou o cumprimento de busca e apreensão nos endereços de Juscelino. Porém, considerou que há indícios suficientes para justificar o bloqueio de bens do ministro, que está sendo investigado.
As apurações detectaram pagamentos de propina a uma empresa ligada a Juscelino e obteve diálogos que mostram como o empresário Eduardo José Barros Costa montou o edital de licitação.
O valor do bloqueio de bens se baseou no prejuízo verificado pela Codevasf em obra de pavimentação asfáltica realizada em Vitorino Freire. A emenda tinha valor de R$ 1,5 milhão e teria repassado recursos, via Companhia, para a prefeitura da irmã do ministro.
A ordem de bloqueio de bens atinge, ainda, mais investigados, como Luanna, que foi afastada da prefeitura, a empreiteira Construservice, responsável pela obra, e o empresário Eduardo José Barros Costa.
Não é a primeira vez
Não é a primeira vez que o ministro se envolve em escândalos desse tipo. Em março, a Comissão de Ética da Presidência da República determinou a abertura de investigação para apurar a conduta de Juscelino.
Na época, uma reportagem do Estadão divulgou que dos quatro dias de uma viagem realizada com transporte em avião da Força Aérea Brasileira (FAB), três foram dedicados a compromissos particulares. Juscelino foi às redes sociais se defender das acusações.
“A apuração da Comissão de Ética, de maneira séria e isenta, deixará claro, mais uma vez, que não houve qualquer irregularidade, tanto no uso da FAB como no lançamento das diárias de forma automática pelo sistema, uma falha que já foi identificada e corrigida, como já esclareci”, alegou o ministro. Com informações da Revista Fórum do UOL e da CNN.