Uma resolução do PSOL da Bahia, aprovado no Congresso Estadual realizado neste domingo (17), no Hotel Real Classic, na Pituba, confirmou que a legenda vai ter candidatura própria para disputar a Prefeitura de Salvador em 2024.
O partido abriu mão nacionalmente da candidatura à presidência em 2022, optando pelo apoio desde o primeiro turno a Lula, e saiu do pleito com a maior representação no Congresso Federal da sua história, com uma bancada diversa e que representa o avanço das lutas sociais do país.
Na Bahia, por outro lado, o PSOL lançou o nome de Kléber Rosa e Ronaldo Mansur, candidatos a governador e vice, e de Tâmara Azevedo ao Senado, que conseguiram defender e apresentar o programa do partido à população baiana. O desempenho também garantiu a reeleição do deputado estadual Hilton Coelho, que tem uma atuação combativa e fundamental na Assembleia Legislativa da Bahia.
Os objetivos estabelecidos na resolução para os próximos anos incluem a ampliação da bancada do PSOL no estado, apresentação de candidaturas ao Executivo nas principais prefeituras e a saída de qualquer instância do governo estadual.
A decisão sinaliza a saída do partido do Conselho Político e da base do governo Jerônimo, uma vez que os principais pontos apresentados durante a campanha não foram atendidos neste primeiro ano de gestão. O PSOL crê que a decisão de apoio a Jerônimo Rodrigues no segundo turno foi importante para evitar que vencesse um representante da direita, o que significaria o retorno do carlismo.
Entretanto, o partido mantém fortes críticas ao governo do PT, que nos últimos 17 anos intensificou uma política de segurança pública que penaliza e mata a população negra baiana. O PSOL reafirma a sua posição de independência em relação ao Governo da Bahia, reiterando que a partir da resolução aprovada no Congresso, seus correligionários não devem ocupar nenhum cargo no governo Jerônimo, e aqueles que hoje possuírem este vínculo devem renunciar imediatamente.
“No segundo turno o PSOL foi parte importante da campanha, nas ruas, universidades, comunidades, e apresentou uma série de reivindicações em uma carta ao então candidato Jerônimo, cujo conteúdo era justamente as demandas dos movimentos sociais, povos indígenas, do povo negro e trabalhador”.
“O canal de diálogo programático aberto junto ao Governo, infelizmente, não se traduziu na escuta às demandas sociais apontadas pelos movimentos. Ao contrário, Jerônimo manteve a prática de governabilidade de seus antecessores, Rui Costa e Jaques Wagner, com as velhas oligarquias baianas”, diz a resolução.
Jornal da Chapada