Doze anos após sofrer uma tentativa de feminicídio por um ex-namorado inconformado com o término da relação, Patrícia Loiola, convive com as sequelas do ataque, e pede justiça. Nesta quinta-feira (28) o agressor irá a juri popular no município de João Dourado, região da Chapada Diamantina.
Entenda o caso
Em 2011, uma mulher chamada Patrícia Loiola, determinada a recomeçar sua vida após encerrar um relacionamento tóxico, cercado de controle e ciúme, parecia estar no caminho certo.
“Retornando aos estudos e encontrando um novo emprego, ela estava recuperando seu sorriso e a tão sonhada independência. No entanto, sua jornada tomou um rumo trágico que abalou a todos que ouviram sua história”, aponta nota de assessoria.
O que parecia ser o começo de uma nova jornada acabou se tornando um terrível teste de sobrevivência. Patrícia relata que foi covardemente baleada pelo seu ex-namorado, que não aceitou o término da relação.
Os disparos atingiram vários órgãos que deixaram sua mobilidade nas pernas temporariamente comprometida, e seus sonhos interrompidos brutalmente. “Eu procurei minhas pernas para levantar e não encontrei”, conta a vítima por um relato nas redes sociais da procuradoria especial da mulher.
“Ele não aceitava o término só falava que não conseguiria viver sem mim”, aponta. Patrícia sobreviveu ao ataque, e logo após a cirurgia, ela descobriu que estava grávida. Felizmente, o bebê não foi atingido.
A notícia da existência de seu filho deu-lhe uma motivação ainda maior para lutar pela vida e pela justiça. “Quando o médico me contou que eu estava grávida, eu não pensei em mim em um só minuto, pensei no ser que tinha dentro de mim, de fato eu suportei”, aponta.
Justiça
Após a tentativa de feminicídio, que a deixou com sequelas físicas e emocionais, a moça não busca apenas justiça para si mesma, mas também para todas as mulheres que não tiveram a oportunidade de sobreviver e contar suas histórias.
A Câmara de Vereadores de João Dourado, na Chapada Diamantina, e a Procuradoria da Mulher na Câmera estão ao seu lado, demonstrando apoio e solidariedade em sua luta.
“Este crime não pode e não deve ficar impune. A comunidade chapadeira de João Dourado e todos os que se sensibilizam com essa história de sobrevivência e resiliência clamam por justiça. É hora de unir forças e garantir que a voz de Patrícia seja ouvida, não apenas como um grito de dor, mas como um chamado à ação”, aponta assessoria.
Jornal da Chapada