Neste ano, a terceira edição da Feira Literária de Andaraí (Flian), que acontece entre os dias 22 e 25 de novembro de 2023, celebra o ‘Povo Brasileiro e o Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia: Identidades e Resistências’.
Depois da realização de uma edição virtual, por conta da Covid-19, no Canal da TV UNEB-Seabra, no YouTube, em 2021, este ano, a feira volta a acontecer presencialmente no município de Andaraí, na Chapada Diamantina, cidade natal do escritor e jornalista baiano Herberto Salles, que foi o homenageado na primeira edição do evento.
Com lema contínuo ‘A leitura faz andar o mundo’, desde a sua primeira eedição, em 2017, a FLIAN tenta promover o fortalecimento da democratização do acesso ao livro, a prática de leitura e a valorização da memória e do patrimônio histórico e cultural da região.
Para Emílio Carlos Tapioca, historiador e curador da feira, tanto o lema quanto os objetivos do evento são primordiais e precisam sempre ser colocados em pauta.
“Livro, leitura, literatura e memória e seu diálogo com o patrimônio material e imaterial é uma questão primordial para que possamos preservar as identidades no âmbito do Estado da Bahia, principalmente no Território de Identidade Chapada Diamantina, cujas Feiras e Festas Literárias têm demonstrado o vigor da diversidade étnica e sociocultural que compõem o mesmo e traduzem de forma significativa o recorte importante no cenário da história da Bahia e do Brasil”, relata.
Programação
A programação, que acontecerá em diversos espaços culturais e educacionais do município de Andaraí, conta com conferências, rodas de conversa, lançamentos de livros, oficinas, contação de histórias, mostras de curtas-metragens, visitas guiadas, homenagem e apresentações artísticas das mais diversas linguagens, com acesso gratuito para a população local, regional e de outras localidades.
A Flian receberá nomes como Itamar Aguiar, professor Dr. da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), que compõe a Roda de Conversa “Jarê – A identidade do sagrado na Chapada Diamantina”, a professora Dra. Cristina Pina, também da UESB, que mediará a Roda de Conversa “Maju – Negritude, educação e religiosidade nas Lavras Diamantina”.
Na oportunidade, a Feira também recebe o superintendente do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-BA), Hermano Fabrício O. Guanais e Queiroz e a Diretora do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac/Secult), Luciana Mandelli.
Além das mencionadas Rodas de Conversa, a programação ainda conta com discussões sobre ‘Infâncias, Identidades e Resistências’, ‘Povos Originários na Chapada Diamantina’, ‘Literatura, Negritude e Feminismo’, ‘Vozes e corpos dissidentes na poesia contemporânea da Bahia’, ‘O que dizer sobre Patrimônio’, ‘Terra e Soberania Popular’, ‘Vozes e corpos dissidentes na poesia contemporânea da Bahia’ e ‘Heroínas da Liberdade’, dentre outras.
Os momentos culturais recebe o dramaturgo Paulo Atto, diretor da peça teatral “A travessia do Grão Profundo”, e, Eugenio Lins e Marcos Zacariades, da Galeria Arte & Memória, com a exposição “Lamentação das Almas”, dentre outras atividades.
Com novas atividades, em sua 3ª Edição, a Flian vai promover uma Feira Popular, com produtos da agricultura familiar, da agroecologia e da economia solidária. Fazem parte dessa programação oficinas sobre os saberes e fazeres tradicionais. A programação não termina aqui. A Flianinha, dedicada ao público infantil, vai encantar, contagiar e entreter crianças, jovens e adultos com contação de histórias e muitas canções.
Destacamos também a participação e o protagonismo do público estudantil oriundos dos Colégios estaduais que compõe o Núcleo Territorial de Educação (NTE 03/ SEC) e escolas municipais locais e regionais.
Celebração e homenagem
Nesta edição da Flian, propõe-se celebrar o bicentenário da Independência do Brasil na Bahia e o centenário do intelectual, antropólogo, etnólogo, educador, político e escritor brasileiro Darcy Ribeiro – personalidade que contribuiu de forma significativa para a compreensão do Povo Brasileiro e de suas múltiplas Identidades.
Em um dos seus textos, Darcy Ribeiro, que categorizou a formação étnica do povo brasileiro como: sertanejo, crioulo, caboclo, caipira e sulino, traz uma tradução fiel das nossas raízes. Para ele “todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e índios supliciados. Todos nós brasileiros somos, por igual, a mão possessa que os supliciou. A doçura mais terna e a crueldade mais atroz aqui se conjugaram para fazer de nós a gente sentida e sofrida que somos e a gente insensível e brutal, que também somos”.
Também faz parte da Feira a importante homenagem à educadora e ativista cultural andaraiense, Margentina Guimarães, conhecida popularmente como “Maju”, cujas atividades emancipadoras no campo da educação estavam além do seu tempo. Maju, uma mulher negra, foi uma peça fundamental na militância sócio-política, econômica e cultural do município.
Inscrições online e certificados
Para participar da programação e receber as devidas certificações, os interessados deverão acessar o site www.flian.com.br, entre os dias 15 e 22 de novembro, para escolher as atividades que desejam participar.
A Feira Literária de Andaraí é uma realização da Viver Cultura e Meio Ambiente, com o apoio institucional da Prefeitura Municipal de Andaraí e o Apoio da Fundação Pedro Calmon/Secult, da Superintendência de Fomento ao Turismo/Setur – Governo do Estado da Bahia.As informações são de assessoria.