Para além de novembro – Contra a discriminação racial institucional. Com esse tema, a IX Semana da Consciência Negra do Campus Jacobina segue até esta quarta-feira (22). A mesa de abertura foi composta por gestores institucionais, além de professores e representantes do Núcleo local de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi).
Em sua fala, o diretor-geral, professor Ricardo Mesquita, citou a relevância da formação e atuação da Diretoria de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis (DPAAE) do IFBA, além dos editais específicos referentes a essa temática e dos eventos institucionais. Já a diretora de ensino, Fabiana França, convidou o público à construção de conhecimento antirracista através do lembrete sobre a importância do 20 de novembro – Morte de Zumbi -, destacando a presença das mulheres negras nos quilombos que fizeram parte dessa história.
O mestre de cerimônia, professor Jacson Silva, também integrante do Neabi, levantou alguns questionamentos: “De onde as pessoas pretas partem? São os mesmos lugares das pessoas brancas?” Ao elencar as leis de referência que obrigam o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena na educação básica, o docente pontuou a transformação da cultura escolar para a abordagem da temática de maneira transversal, em todas as disciplinas e durante todo o ano letivo.
Na ocasião, aproveitou para convidar os estudantes a se aproximarem e participarem ativamente do Neabi, mencionando a aprovação do projeto Introdução ao Letramento Racial e Indígena no Campus Jacobina – Edital DPAAE/IFBA -, que realizará, entre outros, visitas técnicas em comunidades quilombola e indígena, grupo de estudos, exposições, produções visuais e estabelecimento de parcerias com outras instituições e iniciativas similares.
Para finalizar a composição da mesa, a professora Alcione Alves fez um breve histórico do Neabi local e complementou a explicação acerca do projeto aprovado pelo núcleo para desenvolvimento em 2024: “Precisamos do letramento porque é comum pensarmos que não somos racistas, mas, na prática, acabamos por reproduzir comportamentos e discursos preconceituosos. Precisamos dessa consciência. Não podemos silenciar essas pautas; elas precisam estar em nosso cotidiano”, comentou.
Em sua palestra, Daniel Braz, egresso do campus e atualmente bacharelando em direito (Uneb), apresentou orientações jurídicas para denúncia de casos de racismo, focando na Constituição Federal e na Lei 7.716/1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. “Será que já sofri racismo?”, disse, acrescentando o exemplo de “piadas/brincadeiras” que relacionam características físicas ou culturais a algo negativo como crime.
Em seguida, houve o musical Ancestralidade e Identidade, coordenado pelo professor do campus Eduardo Fagundes, que trouxe canções em diferentes línguas africanas, além de intervenções com base em obras da escritora e compositora Carolina de Jesus. Na composição do grupo, estão estudantes, egressos, docentes e músicos convidados. À noite está prevista roda de conversa, apresentações artísticas e exposição de lendas africanas. Amanhã e na quarta-feira, 21 e 22, será o momento das oficinas e minicurso, dos cines-debate e do desfile Beleza Negra.
Fique por dentro
A IX Semana da Consciência Negra do Campus Jacobina do IFBA pretende promover o diálogo acerca das questões ligadas à igualdade étnico-racial, valorizando as contribuições do povo negro, exaltando sua riqueza e diversidade sem deixar de apontar as necessidades que se manifestam e os anseios de um futuro mais justo. O evento é aberto ao público e gratuito. Confira a programação e participe! Inscrições e mais informações no site https://www.even3.com.br/scn23ifbajacobina/ . As informações são de assessoria.