O senador Jaques Wagner (PT) diz que “não vê nenhuma possibilidade” do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), deixar a pasta, como se especula. Em conversa com jornalistas ao deixar a reunião ampliada do diretório estadual petista, realizada na manhã deste domingo (17), no auditório da Assembleia Legislativa, em Salvador, o parlamentar também defendeu o nome do procurador baiano Wellington César Lima e Silva, que atualmente é chefe da Secretaria de Assuntos Jurídicos da Casa Civil, para o Ministério da Justiça.
“Tenho dito a todo mundo que torce contra Rui Costa que não vejo nenhuma possibilidade dele deixar a Casa Civil. Aliás, eu não briguei com Rui, como dizem. Tive apenas aquela divergência com ele no episódio do TCM (Tribunal de Contas dos Municípios, quando o ministro indicou a esposa e ex-primeira-dama Aline Peixoto para o cargo de conselheira e o senador foi contra) e ponto final”, frisou Wagner.
“A trajetória dele (de Rui) é umbilicalmente ligada com a minha e não sou do tipo de chupar balde cheio de leite, entendeu? Nunca pedi para ele ser subserviente, nunca peço a ninguém, mas só que caminhe ao meu lado. Esse é o meu estilo, não sou do passado, quando se queria gente submissa”, acrescentou.
O senador disse que “quem precisa gostar de Rui Costa, já gosta”, se referindo ao presidente Lula (PT). Wagner salientou ainda não acreditar que o presidente fará uma reforma administrativa ao completar o primeiro ano de mandato. Ele não descartou, no entanto, trocas eventuais, mas de forma pontual.
“Não terá amplitude porque não teve fato político para isso. O fato político aconteceu este ano, que deu aquela dor de cabeça para fazer a arrumação quando tivemos o ingresso de outros na base”, ponderou, referindo-se às adesões de partes das bancadas do PP e do Republicanos, que integram o Centrão.
Sobre o Ministério da Justiça, que vai ganhar novo titular com a saída do ministro Flávio Dino (PSD) para o Supremo Tribunal Federal (STF), Wagner negou que tivesse feito indicações. Ele negou também que tenha vetado para a pasta o ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski.
“Me atribuem poder demais. Fiz uma conversa, e posso ter cometido uma indiscrição com Lewandowski, que está com mil tarefas e é uma figura ímpar do mundo jurídico, que foi cogitado. Eu perguntei a ele e ele disse que não sabia se era uma boa coisa ir (para o ministério). Quando falei desse assunto, estava expressando algo que era a vontade dele, que foi o que ouvi, e não que estava interditando ele”, explicou, rebatendo informações publicadas pela imprensa de Brasília e do sul do país.
O senador baiano afirmou que Lula quer fazer a escolha do novo ministro da Justiça antes do Natal. “O pessoal chuta muito. O que eu disse é que era zero as chances de eu assumir o ministério. Também disse que era de zero a chance da presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), assumir, porque ela tem uma missão partidária importante”, frisa Wagner.
“Não sugeri o nome de ninguém. Já tinha sugerido o nome de Wellington lá atrás, no segundo governo de Dilma (Rousseff), mas ele foi interditado naquele momento porque tinha um dispositivo legal porque era membro do Ministério Público da Bahia. Se ele for escolhido agora, será muito bom para a Bahia, pois é baiano e um quadro capacitado para a função”, concluiu Wagner.Jornal da Chapada com informações do portal Política Livre.