Com 10% das intenções de voto na pesquisa Atlas Intel, primeiro levantamento com o cenário de Salvador em 2024, o policial civil candidato ao governo da Bahia em 2022, Kleber Rosa (PSOL), pré-candidato a prefeito, avalia que a sua boa avaliação é prova do sentimento de mudança predominante na cidade.
Com a margem de erro de 3p.p, Rosa aparece em empate técnico com o vice-governador Geraldo Junior (MDB), que apareceu com 12p.p e atrás do prefeito Bruno Reis, que somou 51,9%.
“Veja, primeiro dizer que a pesquisa é um dado, que é relevante, que se utiliza para fazer uma avaliação do processo. Ainda que possa ser um dado animador, e é, está longe de definir o que está por vir processo que vamos enfrentar até outubro. Por outro lado, isso mostra a força pulsante da cidade que expressa a necessidade de mudança. Temos o elemento importante na pauta em salvador, que é a identidade racial. Os candidatos brancos têm a necessidade buscar essa representatividade colocando uma mulher negra como vice. Estamos indo para eleição que tem quatro pré-candidaturas, somente uma, a nossa, traz essa legitimidade da representação racial além identidade fenotípica. Temos identidade da luta racial, pelas cotas, isso elemento vai sacudir”, pontuou o pré-candidato a prefeito de Salvador ao OFF News.
“O que a gente percebe, essa é a leitura que faço, a fragilidade do candidato da situação, Bruno Reis, em que pese seu número percentual relativamente alto. Quando a gente soma a votação outros candidatos, dá ali quase 30%, o que mostra que existe uma força muito grande DA perspectiva mudança, há uma rejeição grande dele, uma avaliação negativa da gestão. Ele está ali com 50 e pouco porcento e pode, e vai significar, que seu caminho será o de queda, ele não tem para onde ir, é o máximo, o limite dele, o teto. Ele vai entrar na disputa para manter isso, a tendência é que ele brigue para manter, mas a partir do momento em que o debate começar, que começarmos a colocar os problemas, a tendência é ele perder esse percentual. Vejo uma possibilidade grande de Bruno não conseguir sua reeleição”, avaliou Rosa.
Kleber aponta que após a divulgação da pesquisa, que indicou a possibilidade real de disputa de sua candidatura, reuniões foram feitas tendo como meta um 2º turno contra Bruno Reis. O servidor público avaliou que o vice-governador Geraldo Júnior tem muitas “similaridades” com o candidato à reeleição.
“Obviamente que o número nos animou e no final de semana fizemos reuniões do PSOL para conversar, animados com a pesquisas que mostrou que podemos disputar de fato um espaço para ser uma candidatura que vai acumular essa insatisfação dos soteropolitanos. Até porque o candidato do governo tem muita similaridade com o candidato da situação, esteve com o grupo político que sustentaram o legado do Carlismo, tem referência e representa a continuidade do projeto desenvolvido ao nível estadual”, apontou o candidato ao governo da Bahia em 2022.
“Salvador, que historicamente expõe a rebeldia na pratica eleitoral, no voto, vai trazer uma surpresa, se contrapor ao status quo, isso é um elemento importante. Por isso, na nossa avaliação, temos a candidatura, o projeto que dialoga mais com as necessidade da população. Hoje temos convicção, e olhe que esses 10p.p, no empate técnico, podemos estar na frente inclusive considerando que o candidato do governo vem ocupando um espaço na mídia imenso. Sua pré-candidatura foi amplamente noticiada pela imprensa, e grande parte da população ainda não sabe minha da minha pré-candidatura, mas a maioria já sabe que a do governo está posta. Acredito que isso indica que há uma aceitação muito grande do nosso nome e projeto que vamos defender”, garantiu Kleber Rosa.
Esquerda
O político aponta que sua candidatura é a única de esquerda das apresentadas até o momento e crê que setores inconformados com a gestão atual caminharão ao seu lado.
“Posso garantir, o fato de a ser a única candidatura de esquerda, e já está dando sinais, a pesquisa mostrou isso, poderemos arrebatar setores representativos do campo da esquerda e inclusive petistas; há muita critica interna, manifestações publica de discordância com a escolha da candidatura em Salvador… fora o que não se torna publico, vindo de bastidores que estamos ouvindo, figuras importantes, lideranças, organizações políticas, setores da classe média, da intelectualidade, que começam a nos procurar para dar sinais de que irão apoiar nossa candidatura, que vai representar as necessidade de fazer a disputa de cidade a partir do que traz às lutas populares do campo da esquerda”, garantiu Rosa.
Ele avalia tanto a candidatura do vice-governador, apoiada por Jerônimo e Lula, como a de Bruno Reis, como alinhadas ao espectro da direita.
“Esse elemento coloca a gente numa posição, em um espaço que a gente termina ocupando sozinho. As candidaturas negras que foram colocadas, foram todas vencidas pela mão do forte governo em um processo onde a candidatura única se tornou a de direita, mesmo estando no campo petista, e tudo isso somou para essa pontuação que tivemos na pesquisa. Na pesquisa anterior eu apareci com 4.4p.p e imediatamente após, já tem uma margem de crescimento, ainda que de um instituto diferente, mas expressa um crescimento, uma tendência, o candidato do governo manteve mesma margem da pesquisa anterior e apareceu com 12p.p”, sinaliza o psolista.
“Temos um lugar particular, legitimidade da candidatura negra, que representa as demandas sociais, populares, demandas de segmentos Movimento Negro, de Salvador tem tendência. ao meu ver, da nossa candidatura ganhar espaço e crescer em setores de formadores opiniões, gama de artistas. Acredito que a gente consegue acumular, trazer para dentro, em março vamos dar início ao nosso programa para apresentar para Salvador um projeto popular, de construção coletiva. Eu posso adiantar que a questão da mobilidade será o centro do nosso debate, vamos propor tarifa zero, será nossa espinha dorsal à garantia direito à cidade ao nosso povo. O direito à cidade que significa uma garantia do emprego e renda, da habitação para as pessoas”, concluiu Kleber Rosa.
Base
O pré-candidato à Prefeitura de Salvador apontou que sua expectiva é conquistas eleitores tanto da base de Bruno Reis como da de Geraldo Júnior.
“Não tenho dúvida, vamos avançar também em setores que pensam, acreditam que a cidade está sendo bem administrada, quando fizermos o debate, quando a gente revela quais são gargalos desse projeto executado, a população vai acordar. Nossa população é enganada pela propaganda e não dá conta do quanto ela sofre. Não existe a base de Bruno, existe um apoio, que hoje está na casa 50%, isso a partir de uma ideia de uma aprovação, um modelo de cidade, que não começamos a discutir. Também não acho que tem disputa inclusive com o candidato do Governo; o que vamos fazer é disputar os setores da esquerda que não topam aprovar esse projeto que chamo de centro-direita, dado pelo conjunto aliança que está ali, o próprio candidato Geraldo é identificado com a direita. O que a gente disputa neste setor são formadores e estarão campo esquerda construindo projeto”, avaliou Rosa.
“O que Bruno Reis tem é o apoio de parte da população conquistada pela propaganda, pela imagem passada e pelo vazio do debate sobre a cidade. Nos últimos 12 anos não houve, não tivemos uma oposição na Câmara, fora alguns poucos vereadores, que pela fragilidade de serem um dois ou três, e não consegue ecoar o debate para população, apesar de fazerem o enfrentamento. A população precisa refletir de fato a cidade. Salvador é a capital da violência e do desemprego, tem um déficit habitacional gigantesco, a população que vive na rua aumentou significativamente na última década. Vamos mostrar que é possível fazer uma gestão que não tenha amarras. Quem mais consegue ganhar eleitores que apoiam Bruno Reis sob essa ótica da enganação é a nossa candidatura, pelo debate que vamos fazer, pela legitimidade e proposta que vamos apresentar. Muita gente que manifestaram apoio ao candidato do Governo são pessoas que querem mudança, que vão votar contra Bruno, e a tendência é que essas pessoas enxerguem em nossa candidatura o verdadeiro projeto de mudança”, concluiu Rosa.
Kleber Rosa arremata lembrando que hoje o PSOL não é mais o azarão:
“Não tenho dúvida que os maiores enfrentamento serão feito por nós. Precisar fazer o maior nível possível de superação, que seja das condições materiais, pois somos os mais pobre, com menos recurso que as outras duas candidaturas que expressam a própria maquina da institucionalidade que ocupam. Consciente do processo de somos o Davi contra Golias. Nosso grande trunfo será o de atingir as consciências, os nossos 10% hoje expressa isso, nossa caminhada tocou o coração, colocou alternativa realmente possível. Saímos do tempo em que o PSOL ira para eleição fazer mera demarcação, as pessoas entenderam que temos condições reais de sermos visto como alternativa, visto pela população, esse número expressa isso”. As informações são do site Off News.