Um jovem viralizou nas redes sociais após a postagem de um vídeo em que satiriza as experiências vividas como recruta no Quartel-General do Exército Brasileiro, em Brasília (DF), onde se organizaram milhares de manifestantes golpistas para os atos do 8 de janeiro.
“Olá. Como foi servir ao Exército bem no ano em que os bolsonaristas acamparam na beira dos quartéis? […] Se eu for definir em uma palavra, eu diria que foi engraçado pra cacete”, relata Luís Faria Rissati, de 20 anos, no TikTok, rede em que soma mais de 504 mil seguidores e 21,8 milhões de curtidas.
Nos mais recentes vídeos publicados em sua conta, Luís registrou testemunhos da vivência como Tiro de Guerra (TG) no Exército em 2022, ano em que cumpriu o serviço militar obrigatório. “Nem quem era bolsonarista gostava, ficava todo mundo incrédulo com tamanha bobice dos caras. Era tudo TG, a gente não ia fazer nada. Eram 200 moleques de 18 anos”, relembra.
Na última segunda-feira (8), ele publicou uma reflexão em suas redes sociais sobre a repercussão de seus relatos, principalmente os que mencionam sua experiência no Exército. O vídeo foi postado em resposta aos ataques que Luís teria recebido de bolsonaristas, segundo o próprio.
Minha opnião sincera em relação a repercussão que isso está tomando é os comentários que eu estou vendo pic.twitter.com/ZhC0W2VRHC
— luisinho fotocopia (@luisinhofotocop) January 8, 2024
“Vi muita gente comentando que se a gente fosse para uma guerra, a gente seria explodido. E ‘zoando’: ‘Ai, vai pintar meio-fio, vai pintar calçada’. E aí pergunto, por que as pessoas querem que eu vá para uma guerra matar outras pessoas?”, questionou.
Residente em Maringá (PR), Luís é um estudante de comunicação e multimeios e usuário assíduo de redes sociais. Com mais de 570 mil seguidores acumulados em suas plataformas, ele diz se entender como personalidade da internet: “Eu me considero um meme e um influenciador”.
Como era estar no exército na época dos acampamentos bolsonaristas pic.twitter.com/1HxMJQig9U
— luisinho fotocopia (@luisinhofotocop) January 7, 2024
Em outra declaração em seus vídeos, ele esclarece a origem de sua popularidade: “Também era muito engraçado chamar a atenção deles [bolsonaristas], porque era só por diversão, e eles obedeciam… Tipo a gente falava ‘tira essa cadeira daí… sai daí’, e eles saíam… Uns marmanjos de 50 anos, donos de empresa, obedecendo o Luisinho Fotocópia”, narra, mencionando seu apelido nas redes sociais.
Luisinho Fotocópia foi uma ideia que surgiu há mais de quatro anos, quando ele criou um perfil no Instagram onde publica fotos próprias na mesma posição, diariamente. O objetivo da conta era mostrar sua evolução pessoal, mesmo nos momentos cotidianos.
“Eu criei o perfil no dia 19 de julho de 2019 e foi num dia qualquer. Eu fui na casa de um amigo, o Léo, e ele teve a ideia junto comigo. […] do nada ele mostrou um perfil que ele tinha visto, de um meme, que era um homem que postava um monte de fotos com a mesma cara. […] a gente ‘rachou o bico’ vendo aquilo e eu falei: eu vou fazer isso também, eu acho engraçado. Eu já queria fazer aqueles vídeos de evolução, um ano tirando foto uma vez por dia, eu sempre quis fazer…aí eu já uni o útil ao agradável […]”, conta.
Luis deixou uma marca registrada: o rosto inexpressivo e um “joia” em todas as selfies publicadas. O único diferencial nelas são as pessoas e locais em segundo plano, que, por si só, narram suas vivências diárias.
Ele posta imagens com amigos em bares, sozinho em casa, com adereços na cabeça, em celebrações especiais, em serviço militar, entre outras atividades.
Ainda que tenha surgido de uma brincadeira, sua interação nas redes sociais não difere de sua personalidade, segundo ele: “No início eu achava que era só mais um meme, mas depois eu criei uma personalidade minha. Eu posto stories da minha vida, posto vídeos no TikTok, então não são só as fotos no meu perfil”.
A publicação dos vídeos, além de reforçar sua identidade, acrescenta na sua formação acadêmica. Ele explica que a relação entre sua vida online e a graduação que cursa na faculdade é mais um acúmulo positivo da criação do Luisinho Fotocópia.
“[…] Eu criei um certo nome, né!? Muita gente acabou me conhecendo por causa das fotos iguais, fiz várias amizades. […] eu comecei a fazer a faculdade de comunicação e multimeios, que tem a ver com isso, e eu tenho vontade de seguir nesse ramo de influencer, que eu acho muito legal. E tem tudo a ver, né!?”, avalia. As informações são da revista Fórum.