Alvo de um mandado de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (25), Alexandre Ramagem (PL-RJ) está no primeiro mandato de deputado federal e foi eleito com amplo apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que o tem como homem de confiança. É com esse mesmo vínculo que ele foi lançado pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições que vão acontecer em outubro deste ano.
Antes, Ramagem foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Foi em sua gestão, entre julho de 2019 e abril de 2022, que a PF identificou o uso de um sistema de geolocalização de dispositivos móveis (GPS) sem a devida autorização judicial por servidores. Uma primeira operação sobre o caso foi deflagrada em outubro de 2023, mas não teve Ramagem como alvo direto.
Investigações dão conta de que jornalistas, advogados, políticos e adversários do governo do ex-presidente estão entre as pessoas que foram monitoradas ilegalmente por um grupo de agentes da Abin. Na época, a PF apontou ainda que servidores teriam utilizado o conhecimento sobre o uso indevido do sistema para coagir colegas e evitar a expulsão da Abin.
Ramagem fez parte da equipe da Lava Jato
Ramagem tem 51 anos e é delegado. Ele está no quadro da Polícia Federal desde 2005 e fez parte da equipe da Lava Jato no Rio de Janeiro. Atuou em operações da Copa do Mundo de 2014, das Olimpíadas de 2016 e da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente.
Ele também chefiou a equipe de segurança de Bolsonaro após a vitória dele para presidente da República, em 2018. Na época, o então presidente reforçou sua segurança por conta da facada que sofreu em um evento da campanha eleitoral em Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais. Foi por meio desse contato que Ramagem e Bolsonaro viraram amigos. Jornal da Chapada com informações do portal O Tempo.