A demanda por atendimentos na emergência pediátrica no Hospital Estadual da Criança (HEC), em Feira de Santana, mais que duplicou, quando comparamos os quatro primeiros meses de 2024 com o mesmo período do ano passado. Em 2023, a média foi de 1.540 atendimentos mensais. Somente em abril deste ano, o quantitativo aumentou para 3.393 casos. Para além da sazonalidade do período, esse crescimento é também reflexo da baixa resolutividade das unidades municipais.
Como resultado da alta procura por atendimento pediátrico no Hospital Estadual da Criança, o tempo de espera médio para acolhimento tem sido impactado, sobretudo, em casos de menor complexidade.
Na avaliação da secretária da Saúde do Estado, Roberta Santana, Feira de Santana enfrenta desafios significativos, principalmente devido a lacunas na infraestrutura e na gestão das responsabilidades que cabem ao município.
“As Unidades Básicas de Saúde e as UPAs municipais parecem não estar adequadamente equipadas, nem em número suficiente para atender à demanda da população. Mais de 60% dos casos são de baixa complexidade, que poderiam ser solucionadas dentro de um posto de saúde. Isso impacta no atendimento, com sobrecarga da equipe, afetando a eficiência do hospital, pois recursos destinados a alta complexidade são desviados para casos menos urgentes”, afirma a secretária.
Uma das medidas adotadas é a abertura de vagas para contratação de médicos especialistas em pediatria de emergência e intensivista, ortopedia e anestesiologia. Interessados devem entrar em contato com o telefone (75) 3602-0481.
Houve, ainda, a ampliação das salas de observação e, também, do quadro de profissionais de enfermagem, técnicos, fisioterapeutas, médicos plantonistas e clínicos, evidenciando os esforços da unidade hospitalar em atender à ampliação da demanda.
“O HEC tem o perfil de hospital terciário, ou seja, hospital de atendimento de patologias mais complexas e de maior gravidade, tendo sido montado e estruturado para isso. No entanto, temos recebido na emergência centenas de pacientes com baixa complexidade, com gastroenterite, infecções virais, gripes, entre outras. Como resultado, o espaço físico satura, o tempo de espera aumenta muito e a equipe de atendimento fica sobrecarregada, gerando uma insatisfação à população”, destaca o diretor médico da unidade, Sandro Nunes.
Em casos de menor complexidade, acrescenta Nunes, o recomendado pelo Sistema Único de Saúde é procurar os postos de saúde da Unidade Básica (UBS) ou Unidade de Saúde da Família (USF). As Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e algumas unidades básicas de saúde que atendem a emergência também são locais para atendimentos. As informações são do site GOVBA.