Sergio Moro (União-PR) comemorou como vitória em final de campeonato o 7 a 0 no julgamento em que mantevesse seu mandato no Senado ao ser absolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre denúncias de abuso de poder econômico, arrecadação ilícita e uso indevido dos meios de comunicação nas eleições de 2022.
Após atacar nas redes “Paulo Martins e Fernando Giacobo, líderes do PL/PR” que, segundo ele, “tentaram, com mentiras, cassar o meu mandato de Senador e roubar o voto de quase 2 milhões de paranaenses” fazendo “o jogo do PT”, Moro foi a uma festa organizada pelo senador Wellington Fagundes, do PL de Mato Grosso, para celebrar a vitória.
No regabofe, Moro foi cumprimentado e ganhou um abraço de Flávio Bolsonaro (PL), que discursou fazendo um mea culpa do partido por ter entrado com o processo para cassar o mandato do ex-juiz.
O ex “super” ministro da Justiça, por sua vez, acolheu as “escusas” do filho “01” de Jair Bolsonaro (PL), culpando os políticos paranaenses pela ação.
“Somos nós mesmo que criamos esse problemas. Porque essas ações foram propostas por políticos que perderam as eleições. Sei que o PL aqui a bancada não tem anda a ver com a ação no Paraná, mas são os próprios políticos querendo destruir outros políticos”, disse Moro em discurso.
Com a pecha de “absolvido”, o senador começou a cumprir o acordo que o livrou da cassação e se reaproximou da rede Globo, com quem atuou em conluio nos tempos da Lava Jato.
Em entrevista ao jornal O Globo desta quinta-feira (23), Moro afagou o ex-chefe, dizendo que a relação com Bolsonaro está “pacificada”, confirmando a reaglutinação das forças golpistas com a extrema-direita fascista.
“Eu o apoiei nas eleições de 2022. Na época, eu disse claramente que mantinha divergências em relação a ele, mas que entendia que era uma opção melhor do que o Lula, que acabou sendo eleito. Creio que nossa relação está pacificada”, disse Moro sobre o ex-presidente.
Indagado se teria se arrependido de virar ministro da Justiça, Moro saiu pela tangente. “Essa conversa não vou responder. É um looping…”.
O senador ainda ressaltou que não tem pretensões de se dedicar à política paranaense – ele chegou a mudar o domicílio eleitoral para São Paulo -, entrando na disputa ao governo do Estado em 2026 e sinalizou que atuará na linha de frente contra Lula para beneficiar a “terceira via”, já que Bolsonaro está inelegível.
“O foco é hoje no Senado. Essa questão do governo do Paraná vamos avaliar mais adiante. A gente tem uma preocupação com o avanço do governo do PT no país”.
O ex-juiz ainda confirmou parte do acordo com Moraes – a quem rasgou elogios em entrevista na Câmara nesta quarta-feira (23) – para a absolvição, que contou com a interlocução do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
“Eu trabalho no Senado, me reúno com os senadores, inclusive com o senador Rodrigo Pacheco, diversas vezes. Nós trabalhamos na mesma Casa legislativa. Então, usualmente nós conversamos os mais diversos assuntos. E, claro, existe uma preocupação da preservação da instituição, do Senado republicano e da soberania popular, que é representada nas eleições pela outorga de mandatos a senadores legitimamente eleitos. Então, eram dois milhões de eleitores paranaenses que não podem ter simplesmente os seus votos suprimidos”, disse ao ser indagado sobre a conversa com Pacheco para a defesa de seu mandato. As informações são do site Revista Forúm.