O projeto Trilhas Históricas de Igatu realizou um roteiro turístico acessível para uma pessoa com deficiência física, no dia 10 de junho, na Chapada Diamantina. A bordo da juliete, cadeira de roda exclusiva para o montanhismo, Dácio de Oliveira (30), morador de Andaraí, teve a oportunidade de fazer pela primeira vez uma trilha.
Foram visitados pontos turísticos como a galeria Arte & Memória, as ruínas de Igatu, o Rio dos Pombos e o mirante do Cruzeiro. “Mesmo morando no mesmo município, eu não conhecia os pontos turísticos de Igatu e não tinha muito conhecimento sobre a história local. Hoje, através de uma política de inclusão, eu tenho essa oportunidade, o que é muito emocionante”, afirma Dácio.
O roteiro turístico foi desenvolvido de forma coletiva durante as oficinas oferecidas pelo projeto, que ocorreu nos dois dias 8 e 9 de junho, com a participação de 30 pessoas entre moradores do povoado e da região. O objetivo do projeto foi revitalizar quatro trilhas históricas no entorno da vila de Igatu que estavam encobertas pela vegetação que escondia os calçamentos e as edificações construídas em pedra por garimpeiros e tropeiros no início do século 20.
Como o projeto foi executado com recursos da Lei Paulo Gustavo, que exige que todos as propostas financiadas tenham acessibilidade, surgiu a necessidade de desenvolver roteiros acessíveis para pessoas com deficiência física. Agências de turismo da região também já demonstraram interesse em comercializar o roteiro inclusivo.
O grande desafio acabou se tornando o ponto alto da ação. “Nós compramos a ideia e vamos nos organizar para que Igatu seja o primeiro destino da Chapada Diamantina a oferecer turismo com acessibilidade”, destaca Tainan Paiva, condutora de visitantes que participou de todas as etapas do projeto.
Sobre o projeto
Realizado em duas etapas, o projeto Trilhas Históricas de Igatu revitalizou quatro caminhos tropeiros localizados no Parque Nacional da Chapada Diamantina: as trilhas do Capa Bode, Xique Xique, Rampa do Caim e Laranjeiras.
Na segunda etapa foram realizadas 18 horas de oficinas gratuitas sobre os temas: trilhas patrimoniais; história do garimpo; mulheres garimpeiras e acessibilidade no turismo, que foi finalizada com atividade prática e contrapartida social. Além dos recursos da Lei Paulo Gustavo da Bahia, a iniciativa contou com apoio do Parque Nacional da Chapada Diamantina/ICMBio. As informações são de assessoria.