A proprietária de um chalé no Vale do Capão, em Palmeiras, se tornou mais uma vítima da fraude perpetrada pela imobiliária Betânia Imóveis após comprar um terreno e não receber o imóvel. Sob a liderança de Maria Betânia Soares, a empresa é acusada de causar prejuízos a pelo menos sete compradores, com valores de até R$ 130 mil, devido à venda de terrenos que nunca foram entregues.
Segundo a empresária vítima do suposto golpe, Maria Betânia Soares teria lhe oferecido um terreno no Vale do Capão por R$ 95 mil em novembro de 2022. No entanto, após pagar o valor integral à vista, a empresária descobriu, um ano depois, que o imóvel não era de propriedade de Betânia e já tinha outra dona.
Em contato com a equipe do Jornal da Chapada, a empresária relatou como descobriu que foi vítima de um golpe. “Consegui entrar em contato com Sabrina, a verdadeira proprietária do terreno, que reside no sul. Ela confirmou que é a proprietária desde 2016 e me enviou o contrato de compra e venda do imóvel. Sabrina também informou que Betânia Soares foi a corretora responsável pela intermediação da venda”, revelou.
“Sabrina informou que, no final de novembro de 2022, procurou Maria Betânia Soares para vender o terreno, mas Betânia alegou que não conseguiu vender o imóvel devido à falta de compradores e à baixa no mercado imobiliário do Vale do Capão. Na realidade, Betânia mentiu para Sabrina, vendeu o terreno para mim e ficou com todo o dinheiro”, finalizou a empresária.
A empresária também revelou que apresentou uma denúncia contra a corretora de imóveis ao Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI) e que pretende registrar um Boletim de Ocorrência (B.O.) assim que vier à Chapada Diamantina. Ela busca garantir que Betânia seja devidamente punida e que outras pessoas não sejam vítimas do mesmo golpe.
Entenda o caso
A imobiliária Betânia Imóveis está no centro de uma polêmica envolvendo um possível golpe relacionado à venda de terrenos no Vale do Capão. A questão veio à tona após um comprador denunciar que adquiriu um terreno de 2.000 m² por R$ 130 mil, mas nunca recebeu o imóvel nem a devolução do valor investido.
Nos últimos quatro anos, Maria Betânia Soares, proprietária da Betânia Imóveis e uma das corretores mais influentes da região, tem comercializado várias propriedades no Vale do Capão. Reconhecida como a primeira profissional do setor na Chapada Diamantina, Betânia recebeu uma média de R$ 480 mil por cada transação.
Atualmente, a corretora enfrenta quatro processos judiciais, tanto cíveis quanto penais, e está sob investigação pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) devido a três denúncias de infrações éticas. As possíveis sanções incluem advertência, suspensão, multa e até o cancelamento do registro profissional.
Embora os entrevistados prefiram manter o anonimato, suas histórias apresentam uma consistência preocupante. Relatam que, após receber o pagamento e prometer a entrega do terreno em um prazo específico, a corretora começou a apresentar desculpas quando a data limite se aproximou.
Em resposta às acusações, o escritório Bizerra Advocacia Especializada, representado pelos advogados Thalis Bezerra e Jefferson Souza, emitiu uma nota defendendo a integridade de Betânia. A nota afirma que a corretora foi vítima de um “terceiro” não identificado, que teria prejudicado sua reputação e causado os problemas alegados.
Jornal da Chapada