Após ser frequentemente noticiado pelo Jornal da Chapada devido aos atrasos no pagamento do piso salarial da enfermagem no início deste ano, o Hospital Regional de Itaberaba gerou nova insatisfação entre os profissionais de saúde ao anunciar a suspensão das refeições para os funcionários. Embora a medida, que deveria ter entrado em vigor na última terça-feira (13), tenha sido cancelada, os trabalhadores continuam reclamando da queda na qualidade da alimentação, relatando falta de temperos, sucos e até saladas.
Um enfermeiro do hospital, que preferiu não se identificar, relatou que a piora na qualidade das refeições tem amplificado o descontentamento entre os profissionais de saúde. “Essa decisão da administração do hospital decepciona enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos e todos os profissionais que se dedicam intensamente ao seu trabalho para salvar vidas, mas não recebem nem mesmo o reconhecimento básico, como o acesso a uma refeição completa”, lamentou.
“Ultimamente, nossas refeições se resumem a arroz, feijão e carne moída, o que é inadmissível, considerando que muitos profissionais precisam de uma alimentação balanceada para enfrentar plantões e longas jornadas de trabalho exaustivas”, finalizou o enfermeiro.
Apesar das crescentes críticas em relação à decisão, que tem gerado um sentimento de desvalorização e insatisfação entre os funcionários, a administração do hospital permanece em silêncio e não oferece explicações sobre os motivos da mudança no cardápio do restaurante.
Embora a legislação não exija especificamente que hospitais ou outras empresas ofereçam refeições aos funcionários, a suspensão ou piora na qualidade das refeições pode acarretar diversos prejuízos, tanto para os profissionais de saúde quanto para os pacientes. Entre os possíveis impactos estão a diminuição da produtividade, problemas de concentração e cansaço, além de uma redução na qualidade da atenção ao paciente, queixas e conflitos internos.
Gerido pelo governo do estado, o Hospital Regional Piemonte do Paraguaçu foi inaugurado em 2023 após mais de 15 anos fechado. O investimento total foi de aproximadamente R$ 30 milhões, incluindo obras e aquisição de equipamentos de última geração, como um tomógrafo de 16 canais, dois aparelhos de Raio-X, sistema de captura e digitalização de imagens, além de dois aparelhos de ultrassonografia.
Jornal da Chapada