O servidor responsável pela demolição do terreiro de Jarê do Peji Pedra Branca de Oxóssi, localizado na mata do Vale do Curupati, em Lençóis, foi oficialmente responsabilizado pela ação quase um ano após o ocorrido. Apesar disso, lideranças locais apontam o episódio como um caso de racismo religioso, devido à importância do terreiro para as tradições afro-indígenas da região.
O terreiro de Jarê do Peji Pedra Branca de Oxóssi é uma manifestação cultural que mistura religiões de matriz africana, influências indígenas, catolicismo, umbanda e espiritismo, com raízes profundas na Chapada Diamantina. Conhecido também como candomblé de caboclo, representa a resistência e identidade espiritual da comunidade local.
A destruição do espaço sagrado causou forte indignação, principalmente por ter sido executada por agentes do Estado, o que reforça a gravidade da intolerância religiosa enfrentada por essas comunidades. O caso ganhou repercussão nacional e provocou debates sobre a necessidade de proteção das religiões de matriz africana e dos patrimônios culturais associados.
Embora o servidor tenha firmado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e se comprometido a fazer um curso sobre integridade pública, o conteúdo do curso não contempla temas de racismo ou intolerância religiosa. Para as lideranças religiosas, essa medida é insuficiente e simboliza uma impunidade que perpetua o desrespeito às tradições locais.
Com a aproximação da Conferência de Igualdade Racial de Lençóis, agendada para 6 de julho, as lideranças locais se organizam para elaborar um documento de repúdio a ser enviado ao Instituto Chico Mendes (ICMBio). A intenção é cobrar medidas efetivas para evitar que outras manifestações culturais e religiosas sofram ataques semelhantes na Chapada Diamantina. Jornal da Chapada com informações do portal UOL Notícias.











































