O senador Otto Alencar (PSD) lamentou, nesta segunda-feira (17), a saída do deputado Cafu Barreto (PSD) da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Em entrevista ao Portal M!, Otto afirmou que o parlamentar rompeu o vínculo político sem qualquer comunicação prévia e declarou que esperava uma “satisfação” antes do anúncio da adesão ao grupo do ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto.
“Ele não me deu satisfação nenhuma, não me falou nada, se afastou do nosso grupo e foi pro grupo do ex-prefeito. Eu lamento isso, não esperava”, afirmou.
Otto cobra hombridade e relembra trajetória construída com apoio direto
Durante a entrevista, o senador destacou que teve participação decisiva na construção da carreira política de Cafu. Otto lembrou que ajudou a elegê-lo prefeito de Ibititá, em 2012, e que realizou obras no distrito de Canoão, onde o parlamentar morava.
“Em 2012, elegi ele prefeito de Ibititá. Fiz a estrada para o distrito que ele morava, chamado Canoão, em Ibititá, uma série de obras e fui eleger ele. Ele não deve ao PL, deve a mim em 2012, onde foi prefeito pela primeira vez”, afirmou.
Apesar de lamentar a falta de consideração, Otto disse desejar boa sorte ao ex-aliado, mas reforçou que Cafu deveria formalizar seu afastamento do partido. “Pelo menos, ele devia ter hombridade, me ligar e dar uma satisfação. Agora que ele já foi, ele deveria encaminhar um pedido de afastamento do partido.”
Saída de deputados não abala base, diz Otto: ‘Movimentos isolados’
Questionado sobre o impacto da saída de Cafu e do deputado Nelson Leal (PP), Otto negou qualquer abalo na base governista. Ele classificou as decisões como “movimentos isolados” e afirmou que o grupo se mantém sólido, destacando a migração do Progressistas quase inteiro para o governo, citando nomes como Niltinho e Eduardo Salles.
Segundo o senador, Cafu também não levará suas bases políticas. “O ex-prefeito Hailton de Jussara disse que não acompanha ele. A prefeita de Canarana também não acompanha. Não vai levar os votos”, garantiu.
Senador volta a defender fim da reeleição e critica excesso de campanhas
Na entrevista, Otto também comentou sobre possíveis mudanças eleitorais e afirmou que nenhuma alteração no Código Eleitoral poderá valer para o próximo pleito, por falta de consenso e pelo prazo constitucional.
Ele voltou a defender o fim da reeleição, criticando o número de eleições consecutivas no país. “São três eleições em quatro anos, R$ 6 bilhões de Fundo Eleitoral, multiplique por três, dá R$ 18 bilhões. Dá pra fazer escola, hospital, estrada, ponte.”
O parlamentar destacou que a PEC do fim da reeleição foi aprovada na CCJ do Senado em maio e afirmou que tem dialogado com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para avançar com a proposta. Otto criticou ainda o foco permanente em sucessões eleitorais: “Parece que não é para trabalhar, é para fazer campanha o tempo todo.”
Otto critica relatoria do PL Antifacção e defende atuação ampla da Polícia Federal
Otto também criticou o texto do PL Antifacção, relatado por Guilherme Derrite (PP-SP) na Câmara dos Deputados. Segundo o senador, o relator queria “isolar a Polícia Federal”, o que ele classificou como incompreensível.
“A Polícia Federal tem que agir no Brasil todo, porque a União tem interesse em todos os setores. O crime organizado prejudica a União quando sonega impostos ou adultera combustíveis”, afirmou. Jornal da Chapada com informações do site Muita Informação.




















































