Em seu primeiro ano como presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), a deputada Ivana Bastos (PSD) fez um balanço marcado por desafios políticos, embates institucionais e episódios de grande repercussão. Em entrevista ao Bahia Notícias, a parlamentar afirmou que o período foi de aprendizado intenso e ressaltou que, sendo mulher, sente que a condução do cargo exige ainda mais esforço e resiliência.
Sem citar diretamente a manutenção da prisão preventiva do deputado estadual Binho Galinha (PRD), decidida pelo plenário em outubro, Ivana destacou que situações delicadas marcaram sua gestão. “Sem nenhum vitimismo, mas com mulher parece que é tudo mais difícil”, afirmou, ao comentar os momentos de maior pressão vividos à frente da Mesa Diretora.
O caso envolvendo Binho Galinha foi considerado um dos episódios mais emblemáticos do ano legislativo. Preso na sede do Ministério Público da Bahia (MP-BA), em Feira de Santana, o parlamentar teve sua situação analisada pela AL-BA, conforme determina o regimento interno. Após apreciação do Conselho de Ética, a decisão foi levada ao plenário, que optou, em votação secreta, pela manutenção da prisão preventiva.
Sobre o episódio, Ivana Bastos limitou-se a afirmar que a Assembleia cumpriu seu papel institucional. “O caso já foi avaliado pelo Conselho de Ética. O Conselho é quem vai definir a situação. Fizemos a nossa parte e respondemos a nossa parte”, declarou.
A presidente também relembrou que assumiu o comando da Casa em meio a um cenário de instabilidade política e judicial, após o afastamento de seu correligionário Adolfo Menezes (PSD). Ele havia sido eleito para um terceiro mandato consecutivo na presidência da AL-BA, mas acabou deposto após questionamentos judiciais sobre a legalidade da recondução.
Segundo Ivana, o início da gestão foi especialmente tenso. “Começamos aí com o problema do Adolfo, sendo afastado para a gente chegar e impor a nossa posição. Foi muito tenso, porque até hoje eu não entendo que não era da responsabilidade nossa, era da responsabilidade da Justiça”, afirmou.
Apesar das dificuldades, a deputada destacou o apoio dos parlamentares como fator determinante para a condução dos trabalhos. “Aqui todos os dias é um desafio, uma dificuldade, uma pedra, mas a gente tem superado, porque 62 deputados têm sido parceiros. Eu sou 62 deputados, e isso tem me deixado com essa tranquilidade”, resumiu.
Ivana Bastos também fez questão de frisar a independência do Legislativo baiano em relação ao Executivo estadual. “Não é uma casa subserviente ao governo. Aqui nós votamos projetos da Defensoria Pública, do Ministério Público, do Tribunal de Justiça, votamos projetos do governo e também projetos dos deputados”, concluiu.
Jornal da Chapada



















































