O cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, de 49 anos, da TV Bandeirantes, que foi atingido por um rojão num protesto no Rio de Janeiro na última quinta-feira (6), sofreu morte cerebral na manhã desta segunda-feira (10). As informações são da Secretaria Municipal de Saúde. Enquanto registrava o confronto entre manifestantes e policiais durante protesto contra o aumento do preço do ônibus, no Centro da cidade, ele foi atingido na cabeça por um artefato explosivo. Andrade sofreu afundamento do crânio e foi submetido a uma cirurgia após ser levado para o Hospital Souza Aguiar. Desde então, estava em coma induzido.
A explosão foi registrada fotógrafos, cinegrafistas e câmeras de vigilância instaladas no Centro do Rio. Após a divulgação das imagens, o tatuador Fábio Raposo se apresentou na 17ª DP (São Cristovão) no sábado (8) e confirmou à polícia ter passado o rojão ao homem que acendeu o artefato que atingiu o cinegrafista. O rapaz disse, em depoimento, não conhecer o suspeito de lançar o rojão em meio à manifestação. No domingo (9), após ter o mandado de prisão expedido pela Justiça do Rio, Fábio Raposo foi detido em casa e levado para a cadeia pública de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. A polícia pedirá que seja feito um retrato-falado na tentativa de identificar e localizar o responsável.
Carreira
Experiente, Santiago trabalhava havia 10 anos na Band, onde participou de diversas reportagens sobre as dificuldades enfrentadas pelos usuários de transporte público na cidade. A cobertura jornalística do tema – que motivou o início dos protestos no Rio em 2013, após o anúncio do reajuste da tarifa de ônibus – lhe rendeu dois prêmios jornalísticos de Mobilidade Urbana, em 2010 e 2012, ao lado do repórter Alexandre Tortoriello. Desde 2013, ele registrou para a TV Bandeirantes diversas manifestações na cidade e estava escalado para participar da cobertura jornalística da Copa do Mundo este ano. Santiago Ilídio Andrade era casado e deixa uma filha e três enteados. Com informações do Jornal O Tempo.