Protagonismo social e político das mulheres, autonomia, participação nos espaços de decisão são alguns temas recorrentes nos debates do 6º Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que prossegue até sexta-feira (14), em Brasília (DF). As atividades desta terça (11), contaram com a presença do governador da Bahia, Jaques Wagner, que esteve acompanhado da secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Lúcia Barbosa, além de dirigentes do MST e parlamentares ligados aos movimentos de luta camponesa, a como o deputado federal Valmir Assunção.
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A secretária Lúcia Barbosa, oriunda do MST, ressaltou a preocupação da organização, desde seus primeiros congressos, em garantir a representatividade de todos os seus segmentos nas discussões sobre processo de luta pela terra. A paridade entre homens e mulheres, por exemplo, na direção do movimento, é um dos princípios organizativos, o que fomenta os debates sobre a opressão e a desigualdade de gênero. O governador destacou a necessidade de continuidade das negociações entre governos e as entidades que atuam pela reforma agrária. Segundo ele, os setores organizados precisam perseverar nas reivindicações. “Os governos são passageiros, mas a luta do povo continua”, disse. “A nossa relação é de parceria, porém, respeito a autonomia do segmento”, completou Wagner, que também bateu os parabéns pelos 30 anos do MST, celebrados em 2014.
Debates – Na programação foi realizada a mesa temática “O desafio da participação das mulheres na construção das mudanças”, com contribuições do MST, Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), Marcha Mundial de Mulheres (MMM) e Articulação Nacional dos Povos indígenas (Apib). Segundo a estimativa, 15 mil trabalhadores e trabalhadoras rurais de 23 estados brasileiros participam do evento, sendo 1,4 mil da Bahia, bem como 250 convidados internacionais, movimentos camponeses e outras entidades da sociedade civil. A atividade acontece a cada cinco anos, como maior espaço de deliberação do MST.