Há seis meses das eleições presidenciais, em outubro, a revista americana Forbes publicou na última segunda-feira uma entrevista com Jeferson Monteiro, o carioca de 24 anos por trás da personagem Dilma Bolada, fenômeno nas redes sociais. A reportagem chama a paródia da presidente Dilma Roussef de “o personagem fictício mais influente do Facebook”. Com mais de um milhão de curtidas no perfil e 180 mil seguidores no Twitter, a “personagem” já se encontrou até mesmo com a sua versão oficial. A presidente recebeu Jeferson no ano passo e as duas “Dilmas” trocaram mensagens pela rede social.
A reportagem lembra as manifestações de junho passado, quando protestos foram marcados pelo Facebook e a cobertura da mídia alternativa pela internet chamou atenção, para destacar o papel crucial que as redes sociais podem ter no cenário político do país. A Forbes destacou a ascendência das mídias sociais, como o Facebook, com 83 milhões de usuários no país, e a maior intereação proporcionada entre eleitores e candidatos, para refletir sobre como a “Dilma Bolada” pode auxiliar na manutenção positiva da imagem da atual presidente, em meio a ataques da oposição e casos como o da refinaria de Pasadena, comprada pela Petrobras.
“Para um político que continua a ser batido em pesquisas de popularidade e cujo governo está imerso em escândalos políticos, um admirador influente como Monteiro poderia gerar o tipo de propaganda política que a maioria dos políticos só podem sonhar”, analisou a publicação.
Para Jeferson, não há conflito entre seu trabalho e a campanha política oficial de Dilma Roussef, que tenta uma reeleição em 2014. Na entrevista, ele revela que vai continuar com a personagem no ar. “Decidi continuar, vivemos em uma democracia. O que faço é uma paródia, assim como outras pessoas também fazem, que pode ser positiva ou negativa. O que não pode é fazer propaganda sobre o governo pois seria propaganda eleitoral antecipada. Mas isso eu não faço, nunca fiz e nem vou fazer, então estou despreocupado. Outras pessoas podem fazer também do Aécio, do Eduardo Campos”, sugeriu.
Surpreso com a repercussão de seu trabalho, o publicitário garantiu aos fãs da personagem que a manutenção dos posts engraçados sobre assuntos mundiais vai continuar, independente do resultado das eleições. “Já faço o “Dilma Bolada” há muito tempo. Fico feliz que ainda tenha esse destaque e reconhecimento, inclusive internacional. Não vai fazer diferença. Caso a Dilma não ganhe, a personagem pode continuar comentando a política, coisas que acontecem na sociedade. Se ganhar, ela vai continuar do mesmo jeito também, falando de forma engraçada sobre o que acontece no país. Me preocuparia se eu tivesse algum vinculo, mas como não tenho”, explicou. “Ainda não sei se a presidente leu, tomara que ela leia. Mas acho que ela está bastante ocupada”, brincou Jeferson. Extraído do jornal Extra.