Por Deninha Fernandes*
Não sei o que você anda lendo por aí, mas o circo está pegando fogo no grupo político do prefeito do município de Itaberaba, na Chapada Diamantina, João Almeida Mascarenhas Filho (PP). Informações quentes dão conta que no decorrer da semana passada, o grupo do gestor itaberabense começou a tomar rumos diferentes na política. Cogitava-se a possibilidade da aglomeração de João Filho apoiar o deputado Cacá Leão (PP) para federal, natural, o pai do jovem parlamentar ajudou o município e seria uma forma de “agradecimento do prefeito”, ao tentar transferir para o filho a votação que deu ao pai. Já que este é o candidato a vice na chapa do petista Rui Costa para governo do estado.
Na esfera estadual, havia também uma indefinição entre os deputados estaduais Ângelo Coronel (PSD) e Marcelo Nilo (PDT) para que o grupo selasse apoio. Inclusive a primeira dama do município, senhora Maíra Mascarenhas, já teria deixado de lado o apoio incondicional que dizia que daria a Luiz Argôlo (SDD) como deputado federal, normal também, já que o jovem parlamentar está sendo investigado pela Comissão de Ética da Câmara Federal e pode ser cassado a qualquer momento.
O problema é que todos esperavam que em troca de Cacá, o grupo apoiasse um nome indicado por Otto Alencar (PSD). Mas, o “bafafá” deve-se ao fato de o prefeito estar trazendo o nome de Marcelo Nilo para ser apoiado pela primeira dama e pela vice-prefeita, Maria José. Neste caso, o prefeito apoiaria Cacá Leão para federal e o deputado Ângelo Coronel seria o indicado de Otto Alencar para João Filho e o restante do grupo apoiar.
Mas a “casa caiu” depois de uma reunião do “conselho político”. Dizem que Marigilza, a irmã do prefeito, ligou para João Leão (PP) e entregou toda a jogada para ele. Com isso, João e Cacá Leão baixaram em Itaberaba para saber do prefeito o que estava acontecendo, e disse que “caso Otto Alencar e Marcelo Nilo continuassem interferindo no reduto político dele, que ele renunciaria a vice governadoria na chapa de Rui Costa”.
Essa declaração de Leão teria surtido um efeito devastador e animado à oposição, tanto que o pré-candidato ao Senado na chapa majoritária de Paulo Souto (DEM), Geddel Vieira Lima (PMDB) foi para o twitter levantar a suspeita de que Leão estaria deixando a vaga de vice-governador. O que foi logo desmentido pelo próprio João Leão.
Comenta-se que Leão pegou o telefone e deu uma baixa em Otto Alencar, chegando a falar em tom de voz raivosa, que não aceitava que Otto interferisse nos redutos deles. Da mesma forma, teria ligado para Marcelo Nilo e reafirmado as ameaças. Na mesma hora que a conversa rolava entre “os leões” e o prefeito João Filho, a primeira dama Maíra recebeu um telefonema de Luiz Argôlo, querendo saber detalhes do acordo que ela estava firmando com Marcelo Nilo e deixando a candidatura dele de lado.
Inclusive, Argôlo relembrou as ajudas que deu a ela, e que não aceitava traição, pois se ele não fosse candidato teria um nome para indicar no lugar dele. Tudo isso está parecendo um verdadeiro “sarapatel de coruja”, onde existe por trás muito dinheiro envolvido, chantagens políticas e, segundo informações, um deputado está vendendo até facilidade no Tribunal de Justiça da Bahia. Ou seja, o povo vai receber a sua encomenda pronta e descascar o seu abacaxi.
*Deninha Fernandes é editora-chefe do Jornal da Chapada