Um jornalista de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, vai adotar o cãozinho que não possui as patas dianteiras e que foi a sensação das redes sociais nesta quinta-feira (17). O pai do filhote, que pertence à empregada doméstica Irani Santos, também não possui as patas dianteiras. O nome dele é Pim Pim. Irani conta que Pim Pim tem sete irmãos, mas só ele nasceu com o problema. “Eu adotei uma vira lata que certa vez fugiu de casa e pegou barriga na rua. Ela pariu Pim Pim e outros sete filhotes, porém só Pim Pim não tinha as patas da frente”, revela.
Ela conta que doou a maioria dos cães, mas ficou com Pim Pim e duas irmãs dele, Branquinha e Amarelinha. O filhotinho sem as patas dianteiras veio do cruzamento de Pim Pim com uma das irmãs. “Eu tomava conta para que ele não cruzasse com as irmãs quando estavam no cio, mas não teve jeito. Ele engravidou as duas, que tiveram filhote na mesma hora, na noite do dia 23 de junho. Uma teve sete filhotes normais e a outra pariu o que não tem as patas da frente”, conta. Irani diz que não pode criar os filhotes, pois sofre de um problema de circulação sanguínea causado por uma bactéria, que pode se agravar em caso de contato com pêlo de animais, segundo os médicos a informaram. Por isso, resolveu disponibilizar todos para adoção.
Ela colocou anúncios nas redes sociais e imediatamente os internautas se apaixonaram pelo filhotinho sem as patas. “Centenas de pessoas de todo o Brasil se interessaram por ele”, afirma. “Não esperava essa repercussão. Teve gente que se disponibilizou a vir buscá-lo de avião”, acrescenta. Quem vai criar o filhote, entretanto, é o jornalista Plauto Azevedo. “Foi amor à primeira vista”, diz ele. Plauto conta que logo que viu o anúncio, entrou em contato com Irani por telefone e acertou a adoção. Segundo o jornalista, em cerca de duas semanas ele vai buscar o animal, que passará os próximos dias junto da mãe, sendo amamentado.
Plauto conta que há um mês, uma cadelinha que ele criava fugiu de casa. Ele decidiu preencher o vazio deixado por ela com o cãozinho, que já foi batizado e vai se chamar Toquinho. O contato de Plauto com animais que necessitam de cuidados especiais já é antigo. Há quase uma década ele fundou uma instituição beneficente em Conquista e há cinco anos o local atende a animais doentes ou vítimas de violência. “Nós cuidamos deles e os colocamos para adoção”, detalha. Ele destaca que o local não é um abrigo, como muitos pensam.
O jornalista afirma que, geralmente, os animais com deficiência se adaptam e têm uma vida normal. “Acho que ele vai se desenvolver como o pai, mas se for necessário, vamos dar o suporte que ele precisar, com orientação veterinária”, afirma. Irani garante que a deficiência de Toquinho e do pai Pim Pim não impossibilita que eles tenham uma vida normal. “Ele é totalmente independente, a mesma coisa de um cachorro normal. Não precisa de suporte para andar, se sustenta nas duas patas traseiras, e acredito que o mesmo vai ser com o filhote. Ele anda parecendo um canguruzinho”, compara, rindo. Do Portal G1.