Pelo menos em um quesito concordaram os seis candidatos que participaram, juntos pela primeira vez, da sabatina realizada pela Academia de Letras da Bahia, com transmissão ao vivo da TVE Bahia: aumentar o orçamento do estado para a Cultura, que hoje beira a um total de 0,5%. Enquanto Paulo Souto (DEM) e Lídice da Mata (PSB) falaram em porcentagens, defenderam 1,5% e Marcos Mendes (PSOL) 2%, Rui Costa (PT), Renata Mallet (PSTU) e Rogério Tadeu Da Luz (PRTB) não falaram em números, mas também garantiram diálogo para definição de acréscimo para desencadear ações e cumprir futuras metas ao setor.
Cada candidato teve pouco mais de 15 minutos para explanar suas ações na área de cultura, divididas em três blocos: estrutura e desenvolvimento da cultura; patrimônio, memória e contemporaneidade e as considerações finais. A sabatina, realizada nos mesmos moldes da eleição de 2012 para prefeitura de Salvador, foi idealizada por uma comissão de 24 pessoas, sendo 12 acadêmicos e quatro convidados, cuja organização aconteceu em quatro encontros. Para o presidente da ABL, Aramis Ribeiro Costa, o evento teve o propósito de enfatizar o segmento como uma pauta importante das ações de governo dos postulantes, seja na construção das propostas, seja na concretização delas quando assumirem a cadeira no Executivo.
“O País é grande pela economia, mas também pela educação e a cultura. O que for dito será gravado e entrará para história e poderão ser cobrados por isso quando forem eleitos”, destacou. O clima só esquentou, de fato, com os pronunciamentos de Mendes, Mallet e Da Luz. Os três foram os únicos que atacaram os adversários, principalmente Paulo Souto e Rui Costa. O psolista, além de reconhecer avanços da gestão de Jaques Wagner (PT), comparou a administração do petista e a do democrata, que apontou tratar a cultura como balcão de economia e em favor do trade turístico. Já a esquerdista lembrou de “legados do carlismo”, como, por exemplo, a diminuição da cultura como indústria carnavalesca, e a continuidade de ações anteriores na gestão petista.
Souto enalteceu o setor cultural como fomentador da identidade popular e, de antemão, chamou as lideranças para o diálogo futuro na gestão, caso seja eleito. Classificou a Bahia como um estado privilegiado pela riqueza cultural. Defendeu a valorização dos museus e aumento dos recursos ao longo do tempo. O democrata também rememorou o Fazcultura e o Fundo de Cultura e enalteceu o financiamento público do desenvolvimento das atividades culturais. A senadora Lídice da Mata argumentou que defenderá a cultura como ponto fundamental da gestão. Lembrou que é uma das poucas parlamentares que defende a cultura do estado em debates e projetos que tem participado e pregou um acesso mais facilitado ao financiamento dos recursos às ações culturais do estado. Extraído da Tribuna da Bahia.