Estudantes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) lançaram o Manchetômetro (http://www.manchetometro.com.br/), um site sobre a cobertura das eleições na grande mídia, contabilizando e comparando as manchetes de jornais como Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo e Jornal Nacional, ao longo do ano de 2014. A informação é reverberada pelo deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), que considerou os números revelados na análise com uma “guerra midiática contra a presidente Dilma Rousseff” (PT) – candidata à reeleição no pleito de outubro. De acordo com informações divulgadas pelo manchetômetro e atualizadas diariamente, os meios de comunicação dedicaram à presidente Dilma o maior número de valência (uma notícia ou chamada que diz respeito a sua orientação positiva ou negativa em relação ao assunto noticiado).
“O gráfico gerado pelos estudantes mostra o número de matérias de capa com valência negativa para cada candidato e Dilma é alvo de uma maioria esmagadora. São 58 manchetes negativas contra a atual presidenta e o governo federal somente no mês de julho e início de agosto. Todos os ângulos pesquisados revelam um ponto importante na conjuntura política atual a partir da cobertura dos grandes meios de comunicação. Esses números não mentem, os jornais têm feito uma campanha sistemática contra a presidenta”, aponta Valmir. De acordo com o deputado, apenas no final de julho, com o “aeroescândalo de Aécio Neves” é que houve relevância em manchetes negativas para o tucano, ainda que mínima. “Nesse mesmo período de avaliação, Aécio teve 14 valência negativas, e Eduardo Campos apenas três. A pesquisa não engloba dados da Revista Veja, então esse número contra a Dilma deve ser maior”, completa.
Para o presidente do PT de Salvador, Edson Valadares, o manchetômetro veio em um momento oportuno para o debate eleitoral, mas ele avisa que o caráter negativo nas manchetes já aconteceu anteriormente. “Diria que o projeto do PT que vem dando certo no Brasil já derrotou em outros momentos estes segmentos que se colocam como formadores de opinião pública, mas na verdade se caracterizam como uma verdadeira opinião publicada, representando os interesses de um segmento das elites conservadoras. Nós já os derrotamos em outros momentos e os derrotaremos também desta vez”, afirma. O presidente ainda relata que, na eleição e reeleição de Lula e na eleição de Dilma, o PT também enfrentou esse processo. “A militância não vai se abater por falsas notícias que têm como objetivo desconstruir o projeto vitorioso no país. A sociedade antigamente se deixava levar por essas coisas, mas hoje, com a ampliação do acesso à informação, a população brasileira não está se deixando levar por estes ditos formadores de opinião”.