“Seria evitada a morte de 20 mil baianos dos 37 mil assassinados nestes últimos oito anos petistas, se, pelo menos, fosse mantida a média de homicídios do período anterior com uma política eficiente de segurança pública”, afirmou o candidato a governador, Paulo Souto, da coligação “Unidos pela Bahia”, ao ouvir reclamações de moradores da Ribeira sobre o descontrole da violência na Bahia. Souto, que participa no domingo (17) da cerimônia de sepultamento do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, no Recife, fez gravações para o programa eleitoral no bairro da Ribeira, na manhã deste sábado (16).
Na avaliação de Paulo Souto, a falta de percepção da importância do problema da segurança pública logo no primeiro mandato do governador Jaques Wagner resultou na epidemia de violência que a Bahia vivencia hoje. “Reduziram a capacidade operacional das companhias especializadas de polícia, criadas no meu governo, e interromperam as forças-tarefas instituídas para combater grupos de extermínio, assaltos a bancos e tráfico de entorpecentes”, criticou.
O candidato oposicionista a governador entende que o abandono pela administração petista de ações e projetos iniciados por outros governadores ocorre porque o PT acredita que a Bahia só foi descoberta em 2007. “Para eles, nada foi feito antes disso. Daqui a pouco vão colocar uma estrelinha na Carta de Pero Vaz de Caminha, escrita em 1500, no descobrimento do Brasil, e dizer que esse foi o primeiro programa de governo do PT”, ironizou.
É preciso, segundo Paulo Souto, melhorar a qualidade dos gastos em segurança pública, já que os investimentos anunciados pelo atual governo não resultaram na queda dos índices de violência no estado. De acordo com o democrata, a média anual de assassinatos cresceu 96%, passando de 2,6 mil, até 2006, para 5,1 mil homicídios por ano, na gestão de Jaques Wagner.
Paulo Souto destacou a necessidade de manter um diálogo sincero e resgatar a relação de confiança entre o governo e a polícia. Ele defendeu a ampliação do programa de prevenção e contenção da criminalidade, estabelecendo mudanças no atual modelo de segurança pública, e o fortalecimento dos serviços policiais nas delegacias de bairros populosos e nas cidades com mais de 100 mil habitantes.
“Para prevenir a violência, é preciso também investir em melhorias urbanísticas em territórios com altos índices de criminalidade, ampliar a permanência de estudantes nas escolas e formar uma rede de proteção, envolvendo assistentes sociais, polícias e conselhos tutelares”, propôs o candidato a governador.
De acordo com Souto, medidas operacionais também devem ser tomadas para inibir a ação dos bandidos, como melhorar a distribuição territorial dos policiais, levando em consideração o mapa criminal de cada localidade, além de criar um quadro civil dentro da PM e investir em tecnologia e inteligência.
A descentralização do Grupamento Aéreo, com unidades no interior, é uma das medidas que o candidato oposicionista pretende colocar em prática, caso seja eleito, para combater os assaltos a bancos. “É preciso ter uma força de reação contra esse tipo de crime, que deixa as cidades completamente rendidas quando ocorrem”.
Para Souto, o crescimento galopante da criminalidade reflete a falha do governo em setores essenciais da gestão pública, que atingem também a saúde e a educação. “Ao invés de estarmos agora preocupados em continuar reduzindo nossa taxa de homicídios para chegar a um índice médio brasileiro, vamos ter que trabalhar para recuar a uma taxa de 2006”, frisou.