Alternativa às tradicionais rotas litorâneas do Estado e com a proximidade da primavera em setembro, estação típica do reflorescimento da flora e fauna terrestres, o Portal do iBahia reuniu em texto um roteiro com alguns lugares interessantes para quem gosta de acampar, meditar e fazer trilhas e, de preferência, sem gastar muito. O Jornal da Chapada reproduz a matéria completa, confira aqui!
Chapada Diamantina
– Ibicoara: localizada ao sul do Parque Nacional da Chapada Diamantina, o município de Ibicoara abriga um número significativo de cachoeiras e trilhas de beleza exuberante, algumas, ainda desconhecidas do grande público. As cachoeiras da Fumacinha, Buracão e Licuri, todas com aproximadamente cem metros de altura são as principais atrações. O ponto mais alto do parque da Chapada, cânions, pinturas rupestres e alambiques artesanais. A cidade possui uma estrutura mínima para o viajante, com boas pousadas e restaurantes simples, o que pode gerar a economia de mais de R$ 250,00 por pessoa somente em um dia de passeio.
A principal atração é, sem dúvida, a Cachoeira da Fumacinha com seus 100 metros de queda, encrustada em paredões de um cânion com 250 metros de altura. Há dois acessos possíveis. O “por cima”, mais fácil, que permite uma visão aérea do cânion e das três primeiras quedas d´água: uma de 70 metros e duas de 20 metros. A trilha de uma hora e meia se inicia no distrito de Cascavel, acessado pelo município de Mucugê. O acesso “por baixo” à Cachoeira da Fumacinha permite uma visão total da maior queda d´água com 100 metros.
No caminho, é possível observar várias espécies de animais, como pássaros e o mocó (mamífero comum na região), e plantas como bromélias e orquídeas. Descendo o Riachão das Pedras, estão localizados a Cachoeira e o Cânion do Buracão, que podem ser acessados tanto pela trilha da Cachoeira da Fumacinha, quando realizada em 2 ou 3 dias, como por uma trilha fácil, de uma hora de caminhada. No final da caminhada, para chegar à Cachoeira do Buracão.
– Igatu: distrito da cidade de Andaraí, também na Chapada Diamantina, Igatu está a cerca de 115 km de Lençóis. Conhecida por alguns como “Cidade de Pedra” ou a “Machu Picchu baiana”, Igatu foi importante polo do garimpo durante o século XIX, viveu o auge do ciclo da diamante e, hoje, além das belezas naturais, a quantidade de casas e ruas abandonadas chama atenção de quem visita o local. São quase 7 km de ruínas abandonadas que podem ser visitadas.
Chapadões e vales profundos misturados à natureza do local, garantem paisagens inesperadas. Para chegar até a Cachoeira dos Cristais, o tempo estimado, a pé, é de duas horas. É possível dar uma paradinha para conferir as belezas da Cachoeira Treze Barras, situada a 800 m da primeira. Para quem curte observar as formações rochosas, há o “Santo Antônio”, uma pedra que lembra o formato da imagem do santo católico.
Para que não teme boas caminhadas, a recompensa é válida: depois de passar em 30 minutos a pé, é possível conhecer a Cachoeira dos Pombos, que tem pequenas “banheiras rochosas” ao seu redor. Já para quem gosta das Artes Plásticas, o distrito tem ainda um museu a céu aberto com diversas esculturas, um pequeno café e uma galeria com obras do artista Marcos Zacariades.
– Vale do Pati: point conhecido entre os mochileiros, o vale está no centro do Parque Nacional da Chapada Diamantina, no município de Mucugê. Bastante procurado pela sua localização geográfica e diversidade das flora e fauna, o lugar possui ecossistemas singulares e vegetação rupestre, além das inúmeras opções de trilhas, como a Andaraí – Capão, mais conhecida entre os amantes da atividade. Essa trilha pose ser feita, em média, em três dias. O viajante sai da cidade de Andaraí, passa pela Serra do Ramalho, no Mirante Cachoeirão, seguindo pela Ladeira do Império (uma longa descida calçada por pedras em parte significativa do percurso).
Para quem já passou da fase amadora, a trilha Vale do Capão-Vale do Pati é desafiadora, incluindo trekking de 2 km, travessia de rio, com horas intensas de caminhada. Quem já fez, garante que as vistas do Morro Branco, da Serra do Sincorá e da Chapada Diamantina são recompensadoras. São 3 dias de trilha e 25 km de roteiro. O Pati é singular também por reunir ainda alguns rios que formam a bacia do Rio Paraguaçu.
– Palmeiras (Morrão e Águas Claras): cidade conhecida como um dos principais acessos ao Vale do Capão, Palmeiras reúne características próprias e atrações como os sítios arqueológicos do Matão, a Serra Negra e o Poço dos Impossíveis. O município reúne ainda os famosos Morro do Camelo e Pai Inácio. As construções coloniais são opções para o viajante que gosta dos roteiros históricos.
A conhecida trilha de Morrão e Águas Claras começa quase na entrada da Cachoeira da Fumaça. São pouco mais de 3 horas de caminhada. No trajeto, os encontros são sempre imprevisíveis: vão desde espécies da vegetação típica do local como cactos, orquídeas e bromélias, até animais como as cobras. A recompensa aqui para as horas de caminhada é o banho refrescante na piscina natural de Águas Claras.
Região Metropolitana
-Reserva Ecológica de Sapiranga: bem perto de Salvador, situada em Praia do Forte, no município de Mata de São João, Litoral Norte. A reserva tem cerca de 530 hectares de Mata Atlântica, em fase de regeneração. A trilha mais conhecida do local é a de Gamboa, às margens do Rio Pojuca. mas há ainda belas opções de banho nos rios Sapiranga e Terebu.
A reserva fica dentro de uma Área de Proteção Ambiental, que totaliza mais de 100 km de extensão. Além das trilhas ecológicas, como opções de roteiros, há a visita o museu de animais, que apresenta ainda uma exposição de utensílios utilizados pela comunidade Quilombola.
Litoral
– Itacaré: fora do circuito das praias, restaurantes e pousadas badaladas, Itacaré, no sul da Bahia, apresenta opções diferentes, como as trilhas rumo às praias. A Engenhoca, reduto comum aos surfistas, tem piscinas naturais, coqueirais e muitos morros cobertos pela Mata Atlântica. Em média, a caminhada até o local dura 15 minutos. Para quem busca um pouco de isolamento, a Praia do Resende, por ser uma área de proteção visual, é pouco frequentada.
A Praia da Ribeira é uma boa opção para as famílias, por contas das barracas e do rio. Há uma trilha direta para a Prainha. A trilha Janela da Gindiba fica na Estrada Parque de Itacaré, em Serra Grande. Dos mais de 1000 metros de trilha, 850 ficam dentro de uma área remanescente de Mata Atlântica. Já a trilha Alto da Esperança, fica na Camboinha e tem também uma área preservada de Mata Atlântica. Para quem curte cachoeira, uma sugestão é a cachoeira da Usina, que tem uma piscina natural e uma trilha, com o mesmo nome, que passa por um lindo manguezal, até chegar à praia de Jeribicaçu.
– Boipeba: situada no Arquipélago de Tinharé, Boipeba, no Baixo Sul da Bahia e integra a Reserva da Biosfera, reconhecida pela Unesco. As belezas naturais do local ficam entre o Oceano Atlântico e o Rio do Inferno. Para os mochileiros, uma boa opção é a Cova da Onça: são 12 km de caminhada por belas praias, vegetação natural. Quem passa pelo lugar, conhece o Lago do Serrão Grande, local conhecido por reunir árvores centenárias, típicas da flora brasileira.
Já a Ilha do Tinharé é outra sugestão para está disposto a investir quase 3h em caminhada: o trajeto inclui passagens entre o rio e o mar e há pontos quase desertos, como o que dá para o Rio Guarapuá, conhecido pelo extenso e quase intocado manguezal. Há ainda as opções de voltar a pé, de barco ou ainda de trator do local.